Do "despejo" ao "cortiço"

reflexões sobre sociedade, literatura e educação

Resumo

Este estudo busca debater acerca das perspectivas da sociedade entre a Sociologia e da Literatura, mediando as obras e as condições sociais de ambas as produções, auxiliando e (re)pensando os conceitos sociológicos. A Literatura não é Sociologia, mas pode ser vista como um instrumento da imaginação sociológica, pois expressa a realidade de sua época e podemos refletir mecanismos da construção e das influências entre elas. De acordo com os dados e relatos das mídias sociais, o baixo incentivo e a precariedade das escolas fazem com que os estudantes não tenham acesso a livros e desconheçam a literatura brasileira. Em sentido amplo, as obras literárias constituem parte da realidade social, apresentam o cotidiano e os indivíduos, sejam eles da margem ou do centro da sociedade, auxiliando na construção da identidade. A Sociologia e a Literatura permitem debater sobre a sociedade e a educação, estabelecendo relações estreitas e complexas, relacionadas ao indivíduo, sua formação cultural, identitária e social. Para tanto, serão feitos paralelos entre o trabalho literário e a realidade social por meio de levantamento bibliográfico das seguintes: “O Cortiço”, de Aluísio Azevedo (1890) e “Quarto de despejo”, de Carolina Maria de Jesus (1960), que em conjunto com teóricos da sociologia, que ajudaram a compreender a complexidade das obras e da sociedade. De posse desse aporte teórico, serão demonstrados elementos similares com os quais, os estudantes têm enfrentando em sua realidade, além de contribuir para o pensamento crítico e sociológico, considerando assim, reforçar o ato da leitura, o pensamento interpretativo e reflexivo da sociedade. Dessa forma, podemos repensar as questões para a sociedade, além da sala de aula. Visando debates e leituras que contribuem para o desenvolvimento intelectual e social.