Hannah Arendt e Walter Benjamin
um olhar sobre a história
DOI:
https://doi.org/10.48075/ra.v11i3.32604Resumo
Neste texto, busca-se discutir, por meio de um debate bibliográfico, o seguinte questionamento: em que medida Hannah Arendt recepciona e reinterpreta alguns dos insights contidos nas teses de Walter Benjamin no bojo de sua reflexão acerca da ação? Como pretende-se mostrar, essa indagação possui uma justificativa ao mesmo tempo teórica e contextual. A fim de debater esse ponto e destacar a relevância desta aproximação, faz-se necessário a realização de um recorte na obra destes autores. Da autora alemã, busca-se apoio nas reflexões contidas no capítulo V de seu livro A condição humana (The human condition, 1958), mais especificamente, os itens 24-26, no qual é discutido o tema da ação e a maneira sui generis pela qual as mesmas interrelacionam-se com o assunto da história. Já de Walter Benjamin, servirá de base as suas famosas teses sobre o conceito de história, em particular, a tese número 1, na qual a crítica ao materialismo dialético surge na esteira de uma série de imagens e alegorias que tocam no tema do sentido inerente à história. A hipótese estruturante da argumentação é a de que, para ambos os autores, a história surge como um espaço aberto, em que atuam o imprevisível e o contingente, ou seja, a história é o campo em que os sujeitos se desvelam como pessoas distintas e singulares. Nesse sentido ainda, sugere-se a hipótese de que em Benjamin, essa discussão constitui um pano de fundo para diferentes momentos de sua produção ensaística, seja na forma da pergunta por uma violência pura, seja na pergunta pela possibilidade de uma redenção, que reaproxime o agente com seu passado. Nesse sentido, em suma, a recusa a uma instância transcendente, seja ela teológica, filosófica ou mesmo materialista reacende, de uma só vez, o assunto do peso da ação individual e da capacidade dos agentes operarem mudanças decisivas face à realidade.
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