A experiência nauseante nas trilhas de Roquetin e G. H.
DOI:
https://doi.org/10.48075/ra.v11i3.32613Resumo
O irrompimento de uma experiência psicofísica, amorfa e nauseante une Sartre e Clarice Lispector desde A Náusea publicada em 1938 e A paixão segundo G. H. lançada em 1964. Na primeira, lê-se um filósofo anterior a fenomenologia esboçando, no centro de uma crise axiológica, a existência sem qualidades, assimétrica e contingente. A segunda obra, em solo da literatura brasileira, Clarice eleva a náusea à última potência trazendo a trajetória da paixão e de uma autofagia, isto é, o ato de comer a matéria bruta fazendo-se corpo e origem do objeto digerido, neste caso, uma barata. Nossa questão central é: como descrever, aliar, tensionar entre as duas experiências nauseantes? Entre ambos, a náusea coroa a destruição de uma existência teleológica e pré-determinada. Em proximidade com a náusea sartriana, contudo, observa-se uma redenção total para a contingência, semelhante a uma crise existencial e posteriormente, o caráter da facticidade; já em Clarice, a náusea é o pano de fundo no qual G. H. dá forma ao caos. O convite deste colóquio é à desumanização e ao encontro com uma liberdade infernal.
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