O aquanegócio dos pescados no Brasil e os reflexos para as comunidades pesqueiras tradicionais

Autores

  • Larissa Tavares Moreno Instituto Federal de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.48075/amb.v5i1.30336

Resumo

A aquicultura é um dos setores de produção de alimentos de origem animal que mais cresce no mundo todo. Sendo que a sua versão industrial ou também denominada empresarial, assim como outras formas de produção e cultivo intensivo, causam impactos negativos ao ambiente e podem ocasionar conflitos sociais. O desenvolvimento da aquicultura brasileira tem apontado para algumas questões relativas à sustentabilidade dos cultivos, em especial mediante a introdução de espécies exóticas, o uso das águas, o uso das áreas de manguezais para atividades aquícolas, dentre outros impactos socioambientais. Sobretudo nos últimos 30 anos, via o ideário neoliberal e seus mecanismos de mercantilização, expropriação e etc. O presente texto tem por objetivo apontar o recente panorama do setor de pescados brasileiro e seus reflexos para as comunidades pesqueiras tradicionais. Para isto, são apresentados dados primários e secundários, fruto de nossa pesquisa de doutorado (em especial nos estados do Paraná e Ceará), que nos auxilia a compreender como a aquicultura, sobretudo a partir de 1990, tem tomado o rumo dos interesses do capital, que tem se aproveitado de diferentes discursos e aportes, como o apoio do Estado, para se tornar uma real atividade competitiva no mercado mundial. Como resultados são expostos o quanto a aquicultura está atrelada ao ideário neoliberal, e consequentemente aos ditames do capital, em detrimento da vida. De maneira, que apontamos exemplos de impactos e conflitos dos cultivos aquícolas empresariais as comunidades tradicionais, e também de resistência frente a essa tendência unidimensional, mercadológica.

Palavras-chave: Aquicultura empresarial; Comunidades tradicionais; Capital; Conflitos.

 

The aquanebusiness of fishes in Brazil and the reflections to the traditional fishing communities

Abstract

The aquaculture is one of the fastest growing animal food production sectors in the world. Being that its industrial version also named business, as well as others forms of productions and intensive cultivation, cause negatives impacts to the environment and can cause social conflicts. The development of the brazilian aquaculture has pointed to some issues relating to sustainability of cultivation, in particular through the introduction of exotic species, the use of water, the use of mangrove area to aquaculture activities, among other social and environmental impacts. Especially in the last 30 years, via the neoliberal ideology and its mechanisms of commodification, expropriation, etc. The present text aims to point out the recent panorama of the brazilian fish sector and its reflections to the traditional fishing communities. For this, primary and secondary data are presented, fruit of our doctoral research (especially in the states of Paraná and Ceará), which helps us understand how aquaculture, especially since 1990, has taken the course of the interests of capital, which has taken advantage of different discourses and contributions, such as State support, to become a real competitive activity on the world market. As results, it is exposed how much aquaculture is linked to neoliberal ideals, and consequently to the dictates of capital, to the detriment of life. Thus, we point out examples of impacts and conflicts of corporate aquaculture crops to traditional communities, and also resistance to this one-dimensional, marketing trend

Keywords: Business Aquaculture; Traditional Communities; Capital; Conflicts.

 

El negocio acuático de la pesca en Brasil y las reflexiones para las comunidades pesqueras tradicionales

Resumen

La acuicultura es uno de los sectores de producción de alimentos para animales de más rápido crecimiento en el mundo. Desde su versión industrial o también llamada empresarial, así como otras formas de producción y cultivo intensivo, provocan impactos negativos en el medio ambiente y pueden provocar conflictos sociales. El desarrollo de la acuicultura brasileña ha señalado algunos problemas relacionados con la sostenibilidad de los cultivos, especialmente a través de la introducción de especies exóticas, el uso del agua, el uso de áreas de manglares para actividades acuícolas, entre otros impactos socioambientales. Especialmente en los últimos 30 años, vía la ideología neoliberal y sus mecanismos de mercantilización, expropiación, etc. Este texto tiene como objetivo señalar el panorama reciente del sector pesquero brasileño y sus consecuencias para las comunidades pesqueras tradicionales. Para ello, se presentan datos primarios y secundarios, resultado de nuestra investigación doctoral (especialmente en los estados de Paraná y Ceará), que nos ayudan a comprender cómo la acuicultura, especialmente a partir de 1990, ha tomado el rumbo de los intereses del capital, que ha aprovechado diferentes discursos y aportes, como el apoyo del Estado, para convertirse en una verdadera actividad competitiva en el mercado mundial. Como resultados, se expone cuánto la acuicultura está ligada a las ideas neoliberales, y en consecuencia a los dictados del capital, en detrimento de la vida. Así, señalamos ejemplos de impactos y conflictos de los cultivos acuícolas corporativos con las comunidades tradicionales, y también de resistencia a esta tendencia comercial unidimensional.

Palabras clave: Acuicultura empresarial; Comunidades tradicionales; Capital; Conflictos.

Downloads

Publicado

30-06-2023

Como Citar

TAVARES MORENO, L. O aquanegócio dos pescados no Brasil e os reflexos para as comunidades pesqueiras tradicionais. AMBIENTES: Revista de Geografia e Ecologia Política, [S. l.], v. 5, n. 1, 2023. DOI: 10.48075/amb.v5i1.30336. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/ambientes/article/view/30336. Acesso em: 28 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos