Ecologia Política e movimentos sociais contemporâneos: Reapropriação social da terra, dos territórios e da natureza

Autores

  • Lucas Matos Programa de Pós-graduação em Geografia, Universidade Federal Fluminense - POSGEO/UFF, Niterói, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.48075/amb.v5i1.30956

Resumo

O momento histórico-civilizador que ora vivemos impõe novos sentidos à crise do capitalismo enquanto crise sistêmica. Cientistas de vários lugares do planeta alertam para a constituição das chamadas sociedades complexas, em que, à medida que os recursos da Terra vão minguando, de um lado, o colapso vai se encaminhando cada vez mais para uma condição real e imediata, do outro. Neste sentido, dos movimentos populares aos movimentos de extrema-direita, emergem uma série de reivindicações teórico-políticas e sociais de resolução da crise ambiental, cada qual com a sua própria ecologia. Sem medo de apontar para a lógica social do colapso, isso significa que estamos em tempos decisivos. Como parte de uma discussão que visa contribuir com as abordagens sobre o processo de ecologização das lutas sociais contemporâneas, este artigo analisa os conceitos de metabolismo social e acumulação primitiva, destacando as contribuições teóricas que reúnem esforços para encontrar um percurso na obra de Marx, reforçando os nexos entre marxismo e ecologia. Em primeiro lugar, faz-se uma abordagem complementar aos debates da acumulação primitiva e da ruptura metabólica, enquanto conceitos indissociáveis e contínuos configurados nos processos contemporâneos de rapinagem da natureza. Em seguida, baseado nos diálogos interdisciplinares e horizontais de conhecimentos, faz-se uma abordagem teórico-ensaística, evidenciando as pautas de resistência camponesa na práxis dos movimentos sociais de luta pela terra, por território e por reapropriação social da natureza, que se mostra como alternativa real à crise ambiental provocada no seio da exploração capitalista da natureza.

Palavras-chave: Acumulação primitiva; Ruptura metabólica; Ecologização das lutas sociais; Reapropriação social da natureza.

 

Political ecology and contemporary social movements: Social reappropriation of land, territories and nature

Abstract

The historical-civilizing moment that we are now experiencing imposes new meanings on the crisis of capitalism as a systemic crisis. Scientists from various parts of the planet warn of the formation of so-called complex societies, in which, as the Earth's resources dwindle, on the one hand, the collapse is increasingly moving towards a real and immediate condition, on the other. In this sense, from popular movements to extreme right-wing movements, a series of theoretical-political and social claims to resolve the environmental crisis emerge, each with its own ecology. Without fear of pointing to the social logic of the collapse, it means that we are in decisive times. As part of a discussion that aims to contribute to approaches on the process of greening contemporary social struggles, this article analyzes the concepts of social metabolism and primitive accumulation, highlighting the theoretical contributions that combine efforts to find a path in Marx's work, reinforcing the links between marxism and ecology. Firstly, a complementary approach is taken to debates on primitive accumulation and metabolic rupture, as inseparable and continuous concepts configured in contemporary processes of preying on nature. Then, based on interdisciplinary and horizontal dialogues of knowledge, a theoretical-essayistic approach is made, highlighting the guidelines of peasant resistance in the praxis of social movements fighting for land, for territory and for the social reappropriation of nature, which is shown as real alternative to the environmental crisis provoked within the capitalist exploitation of nature.

Keywords: Primitive accumulation; Metabolic disruption; Greening of social struggles; Social reappropriation of nature.

 

Ecología política y movimientos sociales contemporáneos: Reapropiación social de tierras, territorios y naturaleza

Resumen

El momento histórico-civilizador que ahora vivimos impone nuevos significados a la crisis del capitalismo como crisis sistémica. Científicos de diversas partes del planeta advierten sobre la formación de las llamadas sociedades complejas, en las que, a medida que los recursos de la Tierra disminuyen, por un lado, el colapso avanza cada vez más hacia una condición real e inmediata, por el otro. En este sentido, desde los movimientos populares hasta los movimientos de extrema derecha emergen una serie de reivindicaciones teórico-políticas y sociales para resolver la crisis ambiental, cada una con su propia ecología. Sin miedo a apuntar a la lógica social del derrumbe, quiere decir que estamos en tiempos decisivos. Como parte de una discusión que pretende contribuir a planteamientos sobre el proceso de ecologización de las luchas sociales contemporáneas, este artículo analiza los conceptos de metabolismo social y acumulación primitiva, destacando los aportes teóricos que aúnan esfuerzos por encontrar un camino en la obra de Marx, reforzando los vínculos entre el marxismo y la ecología. En primer lugar, se aborda de manera complementaria los debates sobre la acumulación primitiva y la ruptura metabólica, como conceptos inseparables y continuos que se configuran en los procesos contemporáneos de depredación de la naturaleza. Luego, a partir de diálogos de saberes interdisciplinarios y horizontales, se realiza un abordaje teórico-ensayístico, destacando las pautas de la resistencia campesina en la praxis de los movimientos sociales que luchan por la tierra, por el territorio y por la reapropiación social de la naturaleza, lo que se muestra como real alternativa a la crisis ambiental provocada por la explotación capitalista de la naturaleza.

Palabras clave: Acumulación primitiva; Alteración metabólica; Reverdecimiento de las luchas sociales; Reapropiación social de la naturaleza.

Biografia do Autor

Lucas Matos, Programa de Pós-graduação em Geografia, Universidade Federal Fluminense - POSGEO/UFF, Niterói, Brasil

Gerstão dos Residuos Sólidos Rurais

Downloads

Publicado

30-06-2023

Como Citar

MATOS, L. . Ecologia Política e movimentos sociais contemporâneos: Reapropriação social da terra, dos territórios e da natureza. AMBIENTES: Revista de Geografia e Ecologia Política, [S. l.], v. 5, n. 1, 2023. DOI: 10.48075/amb.v5i1.30956. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/ambientes/article/view/30956. Acesso em: 27 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos