A filosofia deleuziana e o cinema de Glauber Rocha
uma conversação
DOI :
https://doi.org/10.48075/rd.v11i3.36109Mots-clés :
Cinema, Deleuze, Fabulação, Glauber Rocha, Povo por virRésumé
O pensamento de Gilles Deleuze rompe com os limites da filosofia tradicional ao integrá-la com a arte e a ciência por meio de uma abordagem criativa e transversal. Sua “leitura em intensidade” propõe uma filosofia atravessada por afetos e intercessores, que ligam campos distintos como a arte, a ciência e o cinema. Para Deleuze, o pensamento não é inato, mas surge como resposta a signos que nos forçam a pensar – e é nesse contexto que se estabelece a relação entre filosofia e cinema como território de experimentação. A arte, para Deleuze, não é apenas objeto de análise, mas força que desestabiliza e transforma o pensamento. Em sua abordagem estética, as obras são compostas por “blocos de sensação”, formados por perceptos (sensações autônomas) e afectos (intensidades transformadoras). Esses blocos são fundamentais para compreender o conceito de devir, que produz novos modos de existência a partir das diferenças e da indeterminação. No cinema, especialmente no cinema político, essa força estética encontra expressão privilegiada. Cineastas, como Glauber Rocha, capturam perceptos e afectos para compor obras que desestabilizam a percepção e provocam o pensamento. Nesse campo, a fabulação se torna central: não como uma simples ficção, mas como um agenciamento estético-político que cria um povo por vir. Isso posto, propõe-se neste texto pensar a fabulação como elo entre cinema e filosofia, explorando seu papel na criação de novos mundos possíveis, a partir do cinema de Glauber Rocha. A arte cinematográfica se torna um campo fértil de resistência, invenção e subjetivação – campo em que a fabulação emerge como potência crítica e criadora, atravessando o estético e o político, e apontando para uma nova forma de existência coletiva que ainda está por vir.
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