Sobre a (in)completude e os aspectos existenciais na obra “A parte que falta” de Silverstein
DOI :
https://doi.org/10.48075/rd.v7i2.28479Résumé
A estilística de vida move as linhas do presente trabalho, considerando a arte um subterfúgio reflexivo e político, possível de sustentar os diversos sentidos para o existir. Com base na literatura, como uma expressão da arte, em interface com a Psicologia, buscamos compreender o projeto de completude da personagem em A Parte que Falta, obra de Silverstein (1976/2018). O vazio torna-se uma questão que permeia os (des)encontros humanos com a liberdade, a situação, o outro e a reciprocidade. Em um viés existencialista, Jean-Paul Sartre (1943/2015) ampara uma compreensão da leitura a partir do método fenomenológico, destacando todo o desvelar do conhecimento em seu curso, nunca determinado, em constante vir-a-ser. O projeto de completude surge por um incômodo da personagem devido a sua condição corpórea ao passo que ser completa em seu imaginário era sinônimo de realização, entrementes, ao completar-se, ela experiencia o caráter de em-si, um engodo hermético ao mundo, percebendo o vazio enquanto a possibilidade que ainda não se fez e que a impulsiona a criar seu próprio caminho. Ao questionarmos acerca do para quê/para quem falta, Simone de Beauvoir (1949/2015) subsidia as problematizações, encorpando uma faceta feminista para o existencialismo, escancarando as nuances da liberdade (não sendo igualitária ao sujeito fêmea), o custo de transcender uma situação, sendo a completude, uma escolha alienada da mulher para sustentar seu ser no mundo masculinizado e hierarquico. O caráter de Outra, de inessencial permeia a historicidade da mulher, tornando a liberdade um constante enfrentamento em toda situação no patriarcado (família, matrimônio, sexualidade, política), tornando a falta um empecilho para a genuína realização no mundo.
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