CONTRIBUIÇÕES E LIMITES DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO DOCENTE EM CIÊNCIAS: ANÁLISE DE UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Palavras-chave:
Estágio Supervisionado, Formação Docente Inicial, Ensino de CiênciasResumo
O estágio supervisionado é constitutivo da formação inicial docente e se configura como uma importante atividade teórica sobre a futura práxis do licenciado. Partindo desse pressuposto, neste artigo é relatada e analisada a experiência de uma regência ministrada em uma escola pública do estado de Minas Gerais para uma turma do 6º ano do Ensino Fundamental, como parte do desenvolvimento de um estágio supervisionado vinculado ao curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal de Lavras. Considerou-se positiva a intervenção pedagógica com a proposição de uma aula experimental sobre a separação de materiais, que valorizou o papel da experimentação no ensino de Ciências e a participação discente. Contudo, a falta de oportunidades para planejar, executar e avaliar uma sequência didática mais extensa, assim como a impossibilidade de conviver mais intensamente com a dinâmica institucional e com os projetos escolares, limitaram a experiência do estágio.
Downloads
Referências
ALMEIDA, J. S. Prática de Ensino e Estágio Supervisionado na formação de professores. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 93, p. 22-31, 1995.
ARAÚJO, O. H. A. O estágio como práxis, a pedagogia e a didática: que relação é essa? Revista Eletrônica de Educação, [s. l.], v. 14, n. 3, p. 1-15, 2019.
AYRES, A. C. M.; LIMA-TAVARES, D.; FERREIRA, M. S.; SELLES, S. E. Licenciaturas de curta duração (1965-1974) e disciplina escolar Ciências: aproximações sócio-históricas. In: SELLES, S. E.; CASSAB, M. (org.). Currículo, docência e cultura. Niterói: EdUFF, 2012. p. 53-74.
BOLZAN, D. P. V.; ISAIA, S. M. A. O conhecimento pedagógico compartilhado e a aprendizagem docente: elementos constituintes dos processos formativos na educação superior. Políticas Educativas, Campinas, v. 1, n. 1, p. 69-79, out., 2007.
BONTEMPI JR, B. Fundamentos históricos – Formação e profissão docente. Universidade Virtual do Estado de São Paulo. abr. 2022.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=LATMCBNjuFw. Acesso em: 20 set. 2024.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Proposta de Resolução. Define as Diretrizes Nacionais para o planejamento e a realização de Estágio Curricular Supervisionado dos Cursos de Formação Inicial em Nível Superior de Profissionais do Magistério da Educação Escolar Básica (cursos de licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados não licenciados e cursos de segunda licenciatura). Disponível em: https://www.gov.br/mec/pt-br/cne/2025/marco/texto-referencia-estagio-curricular-supervisionado.pdf. Acesso em: 25 maio 2025.
BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências Naturais. Brasília: MEC, 1997.
BRASIL. Ministério da Educação. Resolução CNE/CP n.º 4, de 29 de maio de 2024. Dispõe sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial em Nível Superior de Profissional do Magistério da Educação Escolar Básica (cursos de licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados não licenciados e cursos de segunda licenciatura). Diário Oficial da União, Brasília, 03 jun. 2024, Seção 1, p. 26-29.
BRASIL. Resolução CNE/CP 1, de 18 de fevereiro de 2002, publicada em 04 de março de 2002. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação de Professores da educação básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2002.
CACHAPUZ, A.; GIL-PÉREZ, D.; PRAIA, J.; CARRASCOSA, J.; GARCIA, A. A necessária renovação do ensino das ciências: contribuições para a construção de uma didática das ciências como área do conhecimento. Campinas, SP: Editora Unicamp, 2005.
CARVALHO, A. M. P. Os estágios nos cursos de licenciatura. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A.; PERNAMBUCO, M. M. Ensino de Ciências: fundamentos e métodos. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2018.
DOMINGUES, J. L. Anotações de Leitura dos Parâmetros Nacionais do Currículo de Ciências. In: BARRETTO, E. S. S. (org.). Os Currículos do Ensino Fundamental para as escolas públicas brasileiras. São Paulo: Autores Associados, 1998.
DRIVER, R.; ASOKO, H.; LEACH, J.; MORTIMER, E.; SCOTT, P. Construindo conhecimento na sala de aula. Química Nova na Escola, n. 9, p. 31-40, 1999.
DURÉ, R. C.; ANDRADE, M. J. D.; ABÍLIO, F. J. P. A identificação profissional em um curso de Licenciatura em Ciências Biológicas: Quem quer ser um professor? Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, v. 23, e46357, p. 1-27, 2023.
FREIRE, P. Educação e Mudança. 38. ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2018.
FREIRE, P. Professora, sim; tia, não: cartas a quem ousa ensinar. 29. ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2019a.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 58. ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2019b.
GADOTTI, M. Educação e poder: introdução à pedagogia do poder. 14. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
GATTI, B. A.; BARRETTO, E. S. S.; ANDRÉ, M. E. D. A.; ALMEIDA, P. C. A. Professores do Brasil: novos cenários de formação. Brasília: UNESCO, 2019.
KRASILCHIK, M. Prática de Ensino de Biologia. 2. ed. São Paulo: Harper & Row do Brasil Ltda, 1986.
KRASILCHIK, M. Reformas e realidade: o caso do ensino de Ciências. São Paulo em Perspectiva, v. 14, n. 1, p. 85-93, 2000.
LIMA, M. S. L. Estágio e aprendizagem da profissão docente. Brasília: Liber Livro, 2012.
LUCKESI, C.C. Filosofia da educação. São Paulo: Cortez, 1991.
MARANDINO, M.; SELLES, S. E.; FERREIRA, M. S. Ensino de Biologia: histórias e práticas em diferentes espaços educativos. São Paulo: Cortez, 2009.
MINAS GERAIS. Currículo Referência de Minas Gerais. Belo Horizonte: Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG), 2018.
MORIN, E. Os sete Saberes Necessários à Educação do Futuro. 3. ed. São Paulo/Brasília: Cortez/UNESCO, 2001.
NÓVOA, A. Profissão: Professor. Reflexões históricas e sociológicas. Análise Psicológica, v. 1-2-3, n. 7, p. 435-456, 1989.
PEREIRA, B.; MOHR, A. Prática como Componente Curricular em cursos de Licenciatura de Ciências Biológicas no Brasil. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 9., 2013, Águas de Lindóia. Atas [...]. Águas de Lindóia: ABRAPEC, 2013. p. 1-8.
PIMENTA, S. G. O estágio na formação de professores: unidade teoria e prática? 11. ed. São Paulo: Cortez, 2012.
PIMENTA, S. G.; LIMA, M. S. L. Estágio: diferentes concepções. In: PIMENTA, S. G.; LIMA, M. S. L. Estágio e Docência. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2010. p. 33-57.
REGO, T. C. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.
RODRIGUES, M. A. Quatro diferentes visões sobre o estágio supervisionado. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 18, n. 55, p. 1009-1034, out./dez. 2013.
RODRIGUES, M. F.; KUENZER, A. Z. As Diretrizes Curriculares para o curso de Pedagogia: uma expressão da epistemologia da prática. Olhar de professor, Ponta Grossa, v. 10, n. 1, p. 35-62, 2007.
SANDER, B. Consenso e conflito: perspectivas analíticas na pedagogia e na administração da educação. São Paulo: Pioneira, 1984, p. 152.
SANTOS, C. F.; SOUSA, J. C. Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial de professores(as): disputas e dissensos no contexto das contrarreformas da educação. In: SEMANA DE EDUCAÇÃO, 21.; SEMANA INTEGRADA DE PEDAGOGIA E PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO, 1., 2024, Três Lagoas. Anais... Três Lagoas: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, 2024. p. 1-13.
SAVIANI, D. Escola e democracia: teorias da educação, curvatura da vara, onze teses sobre educação e política. 30. ed. São Paulo: Autores Associados, 1995.
SCHAFFRATH, M. A. S. Estágio e pesquisa ou sobre como olhar a prática e transformá-la em motes de pesquisa. Revista Científica/FAP, [s. l.], v. 2, p. 51-58. 2008.
SEMESP (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo). Mapa do Ensino Superior no Brasil. 14. ed. São Paulo: Instituto SEMESP, 2024.
SILVA, F. C. T. Cultura Escolar: quadro conceitual e possibilidades de pesquisa. Educar, Curitiba, n. 28, p. 201-216, 2006.
SILVA, T. T. O que produz e o que reproduz em educação: ensaios de sociologia da educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
SOUSA NETO, M. F. O ofício, a oficina e a profissão: reflexões sobre o lugar social do professor. Cadernos CEDES, Campinas, v. 25, n. 66, p. 249-259, maio/ago. 2005.
TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. 14. ed. Petrópolis: Vozes, 2012.
TARDIF, M. Saberes profissionais dos professores e conhecimentos universitários. Rio de Janeiro: PUC, 1999.
TEIXEIRA, I. A. C. Da condição docente: primeiras aproximações teóricas. Educação e Sociedade, Campinas, v. 28, n. 99, p. 426-443, maio/ago. 2007.
TORRES, C. A. Sociologia política da educação. São Paulo: Cortez, 1999.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS. Projeto Pedagógico do Curso de Ciências Biológicas – Licenciatura (presencial). Lavras: Universidade Federal de Lavras, 2020. 348p.
VAN DEER VER, R.; VALSINER, J. Vygotsky – uma síntese. 4. ed. Tradução de Cecília C. Bartalotti. São Paulo: Loyola, 2001.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Murilo Ferreira Andrade, Ana Gabriella Alves Andrade, Jennifer Caroline de Sousa

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, o que permite compartilhar, copiar, distribuir, exibir, reproduzir, a totalidade ou partes desde que não tenha objetivo comercial e sejam citados os autores e a fonte.






