CAMINHOS CRUZADOS DE ERICO VERISSIMO: LITERATURA E MÚSICA EM CONTRAPONTO

Autores

  • Beatriz Badim de Campos

DOI:

https://doi.org/10.48075/rlhm.v10i16.10571

Palavras-chave:

Erico Verissimo, contraponto, polifonia

Resumo

Este artigo tem por objetivo compreender de que forma a técnica do contraponto,
vinda da área musical, estrutura o romance Caminhos Cruzados (1935) de Erico Verissimo. A
partir de um núcleo comum vinculado às personagens que faziam da literatura parte de sua vida,
seja como escritor ou como leitor, construíram-se quatro linhas melódicas tendo a literatura por
“leitmotiv”. Pelo embate entre as vozes de quatro dessas personagens – Clarimundo Roxo, Noel
Madeira, Fernanda e João Benévolo – em cruzamentos por afinidade e oposição, pode-se reconstruir
a arquitetura contrapontística do romance, que trouxe para dentro da literatura a técnica do
contraponto e da polifonia na música. A partir dos conceitos de contraponto e polifonia advindos
da teoria musical e da literatura por meio dos estudos de Bakhtin sobre o romance de Dostoiévski,
pode-se distinguir a diferença entre eles: enquanto o contraponto é uma técnica derivada da
polifonia pelo cruzamento entre linhas melódicas no plano vertical (harmonia), na concepção
bakhtiniana de romance implica o diálogo interior de consciências que perpassa todas as
personagens. A polifonia, no romance, é o grau máximo do discurso dialogal que acontece no
desdobramento do diálogo no interior de cada palavra, incluindo o discurso de outrem, dentro da
personagem.

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Publicado

12-02-2015

Como Citar

DE CAMPOS, B. B. CAMINHOS CRUZADOS DE ERICO VERISSIMO: LITERATURA E MÚSICA EM CONTRAPONTO. Revista de Literatura, História e Memória, [S. l.], v. 10, n. 16, 2015. DOI: 10.48075/rlhm.v10i16.10571. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/rlhm/article/view/10571. Acesso em: 3 nov. 2024.

Edição

Seção

DOSSIÊ LITERATURA E ARTES EM CONTATO