O labirinto da escritura: ficção e memória nas poéticas de Ricardo Piglia e Umberto Eco
DOI:
https://doi.org/10.48075/rlhm.v5i5.2103Palavras-chave:
Pós-modernidade, discurso ficcional, discurso históricoResumo
A produção literária das últimas décadas, como nos indicam as diversas leituras e estudos acerca do tema, vem priorizando uma abordagem essencialmente crítica da história, sem perder de vista, entretanto, a potencialidade da linguagem poética. De fato, ao embrenharmonos por entre os caminhos e descaminhos da narrativa literária convencionalmente chamada de pós-moderna, percebemos uma preocupação latente que se lança em direção à própria autenticidade do discurso narrativo, colocando em xeque, desta maneira, os alicerces da cultura racionalista ocidental. Portanto, levando-se em conta o postulado de que entre o estilo e o gênero existe um vínculo orgânico e indissolúvel, é possível observar nos romances de Umberto Eco e Ricardo Piglia um afã por inserir a história no universo literário, redimensionando, assim, sua significação enquanto discurso. Suas obras revelam-se bastante sintomáticas no que tange à problematização do real e do ficcional, do verdadeiro e do falso. Os romances apresentam-nos uma linguagem a um só tempo experimental e metaliterária, correspondendo, dessa forma, aos anseios pós-modernos de desconstrução/descriação/antítese, frente aos ideais modernistas de criação/totalização/síntese. Com efeito, as vertentes contemporâneas da literatura vêm rediscutindo muitos dos conceitos clássicos, dentre os quais se destacam os da influência, da originalidade, fonte, imitação. Nesse contexto, pode-se dizer que o zeitgeist pós-moderno aparecerá como uma espécie de balizador desse profícuo diálogo entre os romances e as conflituosas relações que estes mantêm com o passado.Downloads
Publicado
01-01-2000
Como Citar
FIORUCI, W. R. O labirinto da escritura: ficção e memória nas poéticas de Ricardo Piglia e Umberto Eco. Revista de Literatura, História e Memória, [S. l.], v. 5, n. 5, p. p. 83–97, 2000. DOI: 10.48075/rlhm.v5i5.2103. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/rlhm/article/view/2103. Acesso em: 3 nov. 2024.
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