INVISIBILIDADE, PARASITISMO E CANIBALISMO: EMBATES DA HEROÍNA ROSÉLIE EM HISTOIRE DE LA FEMME CANNIBALE, DE MARYSE CONDÉ
DOI:
https://doi.org/10.48075/rlhm.v17i29.25918Palavras-chave:
invisibilidade, parasitismo, canibalismo, autorrepresentação feminina, literatura antilhana, Maryse Condé,Resumo
Este artigo analisa o romance Histoire de la femme cannibale, de 2003, da escritora do arquipélago caribenho de Guadalupe Maryse Condé a partir das premissas do feminismo negro (Djamila Ribeiro) e do feminismo decolonial (Françoise Vergès). Trata-se de observar como a protagonista do romance, Rosélie, tem a trajetória transpassada pela tríade invisibilidade, parasitismo e canibalismo. De origem antilhana, a personagem possui um casamento misto e experiencia um exílio africano, na Cidade do Cabo pós-apartheid. Estas condições lhe impõem a invisibilidade social, a xenofobia e a segregação que ainda vigoram no país sulafricano. Diante do olhar excludente e depreciativo do outro, Rosélie desenvolve uma dinâmica de sobrevivência baseada em ‘parasitar’ o marido, um professor branco de origem irlandesa especialista em literatura. A partir de sua verve de pintora, a personagem aposta nas metáforas do canibalismo – e sua interface com o movimento antropofágico brasileiro – para superar o trauma de viuvez inesperada que lhe força a assumir o protagonismo de sua vida. Análises de entrevistas de Condé e de textos de Evaristo, Adichie, Benjamin, Berry, Andrade, Tremblay, Sourieau, Viala, Migraine-Georges, Glissant, Schœlcher e Figueiredo, entre outros, nos permitirão observar a composição de personagens que aludem à autorrepresentação feminina na contemporaneidade.
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