Zona de fronteira e redes de interações transfronteiriças: uma análise a partir de Pato Bragado (PR) e Colônia Marangatú (Nueva Esperanza-Canindeyú-PY)
DOI:
https://doi.org/10.48075/rtc.v25i50.21191Palavras-chave:
Redes de interações transfronteiriças, zona de fronteira, Pato Bragado, Colônia Marangatú e Paraguay.Resumo
O presente trabalho tem por objetivo analisar quais os fatores que contribuíram e ainda contribuem para o surgimento de redes de interação transfronteiriças no segmento da zona de fronteira brasileiro-paraguaia formado por Pato Bragado (PR) e “Colônia Marangatú” (Nueva Esperanza PY). Tal segmento fronteiriço passou por profundas transformações, notadamente a partir da segunda metade do século XX, quando se deu o processo de construção da barragem de Itaipu, levando inúmeros agricultores brasileiros atingidos pela obra a migrarem para o lado paraguaio. A partir de tal fato constata-se o estabelecimento de inúmeras redes de interações transfronteiriças, entre elas, as mais expressivas têm sido a busca de serviços médico-hospitalares, educação, trabalho e produtos de consumo corrente. O que se constata é que tais redes estabelecidas do lado paraguaio para o lado brasileiro são promovidas, especialmente, por migrantes brasileiros e seus filhos residentes no lado paraguaio. Já as redes de interações estabelecidas do lado brasileiro para o paraguaio (Pato Bragado para “Colônia Marangatú”) têm caráter mais sociocultural, estão ligadas às relações de amizades e família. Outras redes são identificadas como a de trabalhadores rurais, agricultores que residem em Pato Bragado e possuem terras em “Colônia Marangatú” atravessam cotidianamente o limite internacional para trabalhar. Apesar de serem vistas como ilegais pelos Estados nacionais, pois a passagem entre o território brasileiro e o território paraguaio não foi legalizada entre os dois países, as redes de interações transfronteiriças que lá se verificam geram fluxos cotidianos no segmento de fronteira analisado.
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