Podemos pensar a política politicamente? As respostas de Bruno Latour e Sylvain Lazarus
DOI:
https://doi.org/10.48075/rtc.v27i53.25988Palavras-chave:
Bruno Latour, Sylvain Lazarus, Política, Representação.Resumo
Este artigo analisa como Bruno Latour e Sylvain Lazarus desenvolveram, cada um a seu modo, programas teórico-investigativos destinados a abordar os processos políticos a partir de sua consistência interna. Para eles, a política pode ser pensada a partir de si mesma, sem referência a nenhuma objetividade exterior a sua própria prática. Argumento que as teses de ambos os autores estão em descontinuidade com as principais tendências que pautaram a análise socioantropológica da política desde meados do século XX. Reviso o convite latouriano a pensar a política como um “modo de existência” caracterizado pela reiterada mediação do múltiplo no Uno em busca de uma representação unificada da heterogeneidade da multidão. Contrasto esta leitura com a antropologia lazariana das “singularidades subjetivas”, para a qual a política consiste na apresentação inédita de um poder-ser coletivo cuja sustentação ocorre por meio de prescrições compartilhadas e sem a necessidade de qualquer mediação representativa. A modo de conclusão, argumento que, no tocante à possibilidade de pensar a política politicamente, é Lazarus quem nos oferece a via de abordagem mais radical e promissora, posto que confere primazia ao momento prescritivo da ação coletiva, sem condicionar sua eficácia aos jogos de representação.
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