CONHECIMENTOS NECESSÁRIOS PARA A PRÁTICA DE ORALIDADE NA ESCOLA

AVANÇOS E PERSPECTIVAS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48075/rt.v17i42.27273
Agências de fomento
Universidade Federal de Juiz de Fora

Palavras-chave:

Ensino de Língua Portuguesa, Oralidade, Formação docente

Resumo

Considerando a importância da oralidade para o ensino de Língua Portuguesa na escola básica e a superação da dicotomia fala/escrita, este trabalho objetiva analisar como os docentes de uma rede de municipal de educação de Minas Gerais abordam os gêneros orais na sala de aula, buscando, a partir de suas práticas, compreender quais desafios ainda residem neste trabalho. Trata-se de uma etapa que antecede outra, que se detém na construção de formas de superação dos entraves mapeados. Entre os pressupostos teóricos da investigação estão os estudos de Marcuschi (2001), Rojo e Schneuwly (2006), Galvão e Azevedo (2015), Bentes (2010), dentre outros, que se dedicam a discutir questões relacionadas ao tratamento da fala e dos gêneros orais no ensino. Com corpus constituído a partir de respostas de docentes a um questionário online, em 2019, os resultados permitiram entrever como a prática com gêneros orais ocorre, considerando 1) concepções gerais e práticas dominantes; 2) diversidade de gêneros selecionados; 3) abordagem de elementos extralinguísticos; e 4) desafios: conhecimentos necessários ao ensino de gêneros orais. Compreendemos que, investigando a prática realizada pelos docentes, podemos buscar uma futura intervenção de maior qualidade que parta do trabalho já desenvolvido para construir percursos que busquem superar as lacunas indicadas. 

Biografia do Autor

Gisele Oliveira BARBOSA, Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora

Possui graduação em Letras pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2004), Especialização em Ensino de Língua Portuguesa pela mesma instituição (2004) e mestrado em Letras pelo Programa de Mestrado Profissional em Letras (Profletras), também pela UFJF (2015). Doutoranda em Educação, na área de Linguagem, pela Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora. Atua na Rede Municipal de educação, em Juiz de Fora - MG, como professora de Língua Portuguesa. Membro do Grupo de Pesquisa LEPS (Linguagem, Ensino e Práticas Sociais), da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora.

Tânia Guedes MAGALHÃES, Universidade Federal de Juiz de Fora

Possui graduação em Letras (UFJF), Mestrado em Letras - Linguística (UFJF) e Doutorado em Letras - Estudos Linguísticos (UFF). Professora da Universidade Federal de Juiz de Fora, atua no Programa de Pós-Graduação em Educação, na linha "Linguagens, culturas e saberes". É líder do Grupo de pesquisa "Linguagem, Ensino e Práticas sociais", vinculado ao Núcleo FALE - Formação de Professores, Alfabetização, Linguagem e Ensino, da Faculdade de Educação da UFJF. É colaboradora do Grupo Linguagem e Educação (UEL). Desenvolve pesquisas nas seguintes áreas: Linguística Aplicada, Ensino de Língua Portuguesa e Formação de professores.

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Recebido em 28-04-2021

Revisões requeridas em 13-07-2021

Aceito em 11-08-2021

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Publicado

30-05-2022

Como Citar

BARBOSA, G. O.; MAGALHÃES, T. G. CONHECIMENTOS NECESSÁRIOS PARA A PRÁTICA DE ORALIDADE NA ESCOLA: AVANÇOS E PERSPECTIVAS. Trama, Marechal Cândido Rondon, v. 17, n. 42, p. 63–77, 2022. DOI: 10.48075/rt.v17i42.27273. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/trama/article/view/27273. Acesso em: 29 mar. 2024.