GÊNEROS ORAIS FORMAIS
O QUE É POSSÍVEL E NECESSÁRIO SER ENSINADO NO LIVRO DIDÁTICO DESTINADO A PESSOAS JOVENS, ADULTAS E IDOSAS?
DOI:
https://doi.org/10.48075/rt.v17i42.27281Palavras-chave:
Gêneros orais formais, Educação de Pessoas Jovens, Adultas e Idosas, Livro DidáticoResumo
O que propõem os livros didáticos quando apresentam um conjunto de estratégias para trabalhar os gêneros orais formais em sala de aula? Esse questionamento pauta este trabalho que investigou o trato com os gêneros orais formais apresentados por uma coleção de livros didáticos direcionados à educação de pessoas jovens, adultas e idosas. Para alcançar esse objetivo, tomamos como foco a abordagem documental (FLICK, 2009, LOPES e GALVÃO, 2001) para analisar a coleção “É Bom Aprender” (PNLD, 2011), adquirida por 16 (dezesseis) municípios de redes públicas de ensino da Mata Norte Pernambucana. Para a discutir o fenômeno investigado, submetemos a coleção a uma análise interpretativista, com base em uma abordagem qualitativa (BORTONI-RICARDO, 2008). Os resultados sinalizam para a presença de propostas, voltadas para o uso do oral formal, favoráveis à compreensão sobre dimensões relativas aos usos sociais. Contudo, são limitadas do ponto de vista do espaço da reflexão sobre as variadas situações discursivas e sobre as aproximações entre os gêneros materializados nas modalidades oral e escrita da língua. Frente a esse cenário, reforçamos a importância de que trabalhar com os gêneros textuais orais formais nas turmas de EJAI é uma tarefa primordial para o processo de ensino-aprendizagem dos/as educandos/as, uma vez que contribui para a ampliação das práticas linguísticas e sociais, com vista a favorecer a consolidação dos direitos dos sujeitos.
Referências
ALMEIDA, M. L. S. Sujeitos não-alfabetizados: sujeitos de direitos, necessidades e desejos. In: Aprendendo com a diferença: Estudos e Pesquisas em Educação de Jovens e Adultos. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. p. 39 - 63.
ANTUNES, I. Língua, texto e ensino: outra escola possível. 2ª ed. São Paulo: Parábola, 2009.
BAGNO, M. Preconceito linguístico – o que é como se faz. Ed. Loyola. São Paulo, 2009.
BARDIN, L. Análise de Conteúdos. Lisboa: Edições 70, 1997.
BAZERMAN, C. Gênero, agência e escrita. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
BRASIL. Lei n. 9394 de 20 de dezembro de 1996. Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2017a. 58 p.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final. Brasília: MEC, 2017b. BRASIL. Ministério da Educação. Guia de livros didáticos: PNLD 2011: EJA / Ministério da Educação. – Brasília: MEC; SECAD, 2010.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Educação para Jovens e Adultos: Ensino Fundamental: Proposta Curricular - 1º segmento. São Paulo: Ação Educativa; Brasília: MEC, 2001.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Proposta Curricular para a educação de jovens e adultos: segundo segmento do ensino fundamental: 5a a 8a série: língua portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 2002.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa/ Secretaria de Educação Fundamental. - Brasília, 1997.
CASTILHO, A. T. de. Reflexões sobre o português falado e o exercício da cidadania. In: HENRIQUES, C. C.; SIMÕES, D. Língua e Cidadania: novas perspectivas para o ensino. Rio de Janeiro: Ed. Europa, 2004.
CAVALCANTE, M. C. B e MELO, Cristina T. V. de. Oralidade no ensino médio: em busca de uma prática. In: BUZEN, C. e MENDONÇA, M. (org). Português no ensino médio e a formação do professor. São Paulo: Parábola Editoria, 2006. p. 181-198.
DOLZ, J.; SCHNEUWLY, B. Gêneros Orais e Escritos na escola. Tradução e organização Roxane Rojo e Glaís Sales. – Campinas, SP: Mercado das Letras, 2004.
FLICK, U. 2009. Introdução à Pesquisa Qualitativa. Porto Alegre: Artmed.
FREIRE, P.; MACEDO, D. Alfabetização, leitura do mundo leitura da palavra. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.
LEAL, T. F.; BRANDÃO, A. C. P.; LIMA, J. M. In: LEAL, T. F.; GOIS, S. (Orgs.). A oralidade na escola: a investigação do trabalho docente como foco de reflexão. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2012.
LAJOLO, M. Livro didático e qualidade de ensino. In: Em aberto. Ministério da Educação e Desporto SEDIAE/INEP. Ano 16, n. 69, 1996.
LOPES, E. M. T.; GALVÃO, A. M. O. História da Educação. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.
MARCUSCHI, L. A. Da fala para a escrita. Atividades de retextualização. São Paulo: Cortez, 2010.
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, A.P.; MACHADO, A.R.; BEZERRA, M. A. (Orgs). Gêneros textuais e ensino. 5.ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2007.
MARCUSCHI, L. A. A oralidade no contexto dos usos linguísticos: caracterizando a fala. In: MARCUSCHI, L. A. e DIONISIO, A. P. Fala e escrita. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.
MARCUSCHI, L. A. Análise da Conversação. São Paulo: Ática, 1986.
MARCUSCHI, B. e CAVALCANTE, M. C. B. Formas de observação da oralidade e da escrita em gêneros diversos. In: MARCUSCHI, L. e DIONISIO, A. P.(Org.). Fala e escrita. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
MINAYO, M. C. de S. (Org.) Pesquisa social: teoria, métodos e criatividade. Petrópolis: Vozes, 2011.
SENE, M. G. de. A abordagem do livro didático de língua portuguesa: progressão ou declínio. In: Revista do SEEL. V. 6, N. 3. UFTM. 2017.
SOUZA, C. G. et al. É Bom Aprender. Editora FTD SA, 2009 - 1ª edição.
SOUZA, J. F.de; MOTA, K. M. S. O silêncio é de ouro e a palavra é de prata? Considerações acerca do espaço da oralidade em educação de jovens e adultos. Revista Brasileira de Educação, v. 12, n. 36, p. 505-551, set./dez. 2007.
TANNEN, D. The oral/ literate continuum in discourse. In: TANNEN, D. Spoken and written language. Norwood. N.J.Ablex. 1982.
Recebido em 29-04-2021
Revisões requeridas em 02-08-2021
Aceito em 18-08-2021
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Trama

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Aviso de Direito Autoral Creative Commons
Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, o que permite compartilhar, copiar, distribuir, exibir, reproduzir, a totalidade ou partes desde que não tenha objetivo comercial e sejam citados os autores e a fonte.