O SUJEITO BRASIGUAIO: AS SUBJETIVIDADES QUE SE INSCREVEM NO DISCURSO
DOI:
https://doi.org/10.48075/rt.v16i37.23458Palavras-chave:
Sujeito. Discurso. Brasiguaio.Resumo
Neste trabalho nos propomos analisar, com o auxílio da teoria francesa de análise do discurso, as respostas dadas por sujeitos brasiguaios (sujeitos com dupla nacionalidade, a saber, a brasileira e a paraguaia) a um questionário por nós organizado. As questões dizem respeito às formas como esses sujeitos constroem discursivamente os seus lugares-sociais a partir das percepções sobre si e sobre o outro. A construção da subjetividade se dá em torno dos Esquecimentos (1º e 2º) propostos por Pêcheux (1993), sobretudo o esquecimento nº 1, aquele que é da ordem do ideológico e que produz no sujeito, ao produzir discurso, a impressão de que ele é a fonte do dizer, i.e., o sujeito não se percebe no funcionamento da ideologia que produz a evidência dos sentidos. A subjetividade a qual nos referimos, é, portanto, não-subjetiva em virtude de os sujeitos serem assujeitados ao ideológico. Quais sentidos são postos em circulação pelos sujeitos brasiguaios sobre si? Como esses sujeitos discursivizam as dificuldades e as facilidades ao ocuparem dois lugares sociais distintos? Quais sentidos são naturalizados por eles ao produzirem discursos sobre si e sobre o outro? Não há língua sem sujeito e nem sujeito sem ideologia (ORLANDI, 2015) e não há discurso apartado do social, o discurso é aquilo que liga o homem a sua realidade. Esses sujeitos ocupam o lugar social dos que devem sempre transpor as barreiras da linguagem e da cultura, além da necessidade de se impor diante dos preconceitos que os significam, sobretudo, no Brasil.
REFERÊNCIAS
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Recebido em 25-10-2019 | Aceito em 20-12-2020
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