Corpos que se dizem
a mulher moradora de rua
DOI:
https://doi.org/10.48075/rt.v16i3.29276Palavras-chave:
Discurso, corpo, moradora de ruaResumo
Este artigo analisa dois recortes discursivos referentes a uma entrevista com duas moradoras de rua a respeito da autopercepção de seus corpos em meio à situação de miserabilidade que vivem. Buscamos, por meio da análise, problematizar os efeitos de sentido que se estabelecem no discurso em razão de uma memória que, ignorante à posição-sujeito ocupada pelas duas mulheres, faz com que elas anunciem, num dos casos, um discurso investido de uma vaidade que performatiza o seu pertencimento a uma formação discursiva da feminilidade. O discurso em cena permite vislumbrar o trabalho de uma memória que mobiliza os dizeres para além de um aspecto econômico-social ocupado pelos sujeitos moradoras de rua. O segundo recorte em cena problematiza como o discurso sobre si ressignifica o lugar de exclusão, no sentido de que a rua é um espaço de excluídos, mas é o lar de quem o habita. Considerando os dois recortes enunciativos é possível avaliar os estereótipos e imaginários sociais presentes nos discursos tomados para reflexão. O artigo tem como referencial teórico e metodológico a Análise de Discurso de linha francesa fundada por Michel Pêcheux e desenvolvida no Brasil a partir dos estudos de Orlandi e demais pesquisadores que se alinham à teoria; a pesquisa é de caráter qualitativo-interpretativista.
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