Desenho performativo

traçando caminhos para uma Educação Estética Decolonial

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48075/rt.v16i3.30043
Agências de fomento
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001

Palavras-chave:

Arte Contemporânea, Estéticas Decoloniais, Libertação

Resumo

Este artigo apresenta considerações que surgiram a partir de uma experiência no estágio supervisionado em Artes Visuais, realizado em uma escola pública em Campo Grande/MS no ano de 2019. Compartilha os desafios e as possibilidades encontrados na proposta de realização de uma produção coletiva de desenho performativo que levantou discussões urgentes a serem pensadas. Com o objetivo de provocar reflexões sobre o campo da educação estética, nos interessa pensar sobre o contexto da América Latina, adotando a perspectiva decolonial (DUSSEL, 2018; GÓMEZ; MIGNOLO, 2012; QUIJANO, 2010, 2005) e os estudos das culturas visuais voltados às contravisualidades, pesquisados por Abreu e Álvares (2019) e Mirzoeff (2016). O estudo problematiza a invasão cultural (FREIRE, 2013, 2000) e os seus impactos na regulação da arte e estética ‘universais’ que nos condicionam historicamente e nos formam como sujeitos. Sugerimos que o desenho performativo pode ser uma prática artística que promove a busca por ser mais, proposta por Paulo Freire (2013, 2000), porque trabalha com as percepções sensoriais e confronta os padrões hegemônicos da estética construída pela visão eurocêntrica. Relacionando a experiência com os estudos teóricos, discutimos a importância do diálogo entre educadoras/es e educandas/os na construção coletiva do conhecimento e de um espaço educativo horizontal capaz de valorizar as presenças conscientes de mundo de cada uma/um.

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Biografia do Autor

Marília Claudia Favreto Sinãni, Universidade Federal de Pelotas (UFPel)

Possui graduação em Artes Visuais - Licenciatura pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Técnica em Administração pela ETEC Pedro Ferreira Alves. Atualmente, cursa Letras - Português e Espanhol na Universidade Federal de Rio Grande - FURG e é Bolsista CAPES no Mestrado em Educação na UFPel - Universidade Federal de Pelotas. Tem experiência na área de Educação e Artes Visuais, atuando nos seguintes campos temáticos: ensino de artes visuais; emancipação sensível; educação estética e liberdade; criatividade; estudos culturais e a história da arte numa perspectiva descolonial.

Mayara Cristina dos Santos Vieira, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Mestranda no Programa de Pós Graduação em Estudos Culturais - PPGCult CPAQ, na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - UFMS, polo de Aquidauana. Graduada em Artes Visuais - Licenciatura na Faculdade de Artes, Letras e Comunicação - FAALC, da Fundação Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - UFMS. Atua como professora de Artes em escola privada e no município de Campo Grande - MS. Tem experiência na área de Arte e Educação, com ênfase em Artes Visuais. Possui experiência em Dança do Ventre desde 2012, Dança de Salão desde 2017 e Danças Pélvicas desde 2019. Experiência na área teatral.

Aline Accorssi, Universidade Federal de Pelotas (UFPel)

Possui graduação em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2000), mestrado em Psicologia Social e da Personalidade pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2004) e doutorado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2011), com período de estágio sanduíche na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais (Paris). Atualmente é vice diretora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Pelotas, professora do Curso de Pedagogia e do Programa de Pós Graduação em Educação. Líder do grupo de pesquisa CNPq "Mariposas: minorias sociais, resistências e práticas de transformação". Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia Social, atuando principalmente nos seguintes temas: comunidade, pobreza e gênero.

Referências

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Publicado

19-12-2022

Como Citar

SINÃNI, M. C. F.; VIEIRA, M. C. dos S.; ACCORSSI, A. Desenho performativo: traçando caminhos para uma Educação Estética Decolonial. Travessias, Cascavel, v. 16, n. 3, p. e30043, 2022. DOI: 10.48075/rt.v16i3.30043. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/30043. Acesso em: 4 maio. 2024.

Edição

Seção

[DT] ARTES, PERFORMANCES E INTERARTES NA CENA DO CONTEMPORÂNEO LATINO-AMERICANO