A performance na música e além da música

uma análise da canção Pedra Preta, da banda Teto Preto

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48075/rt.v16i3.30058

Palavras-chave:

Análise musical, Música popular, Música eletrônica, Performance, Teto preto

Resumo

Este artigo se trata de uma análise - que busca extrapolar o universo musical - da canção Pedra Preta, de autoria da banda Teto Preto, grupo de música eletrônica que tem como fundadora e frontgirl a multiartista Laura Diaz. A análise foi realizada a partir de diversas entrevistas, em vídeo ou escritas, que Laura Diaz concedeu no ano de 2019 e através de seis vieses interpretativos distintos: letra; melodia e harmonia; vocais; percussão e ritmo; instrumentos, sonorização e ambiência; videoclipe. Nos vieses musicais, parâmetros analíticos tradicionais foram utilizados, mas não de forma desintegrada ao que realmente importa no caso da canção em questão: o contexto simbólico. Ao final da análise, algumas questões merecem destaque: a canção possui fortes influências da MPB que abrangem desde a harmonia até mesmo a voz de Laura Diaz; a canção é construída a partir de sonoridades numa lógica de camadas, onde um elemento sozinho, na maioria das vezes, perde seu sentido; a banda Teto Preto e, portanto, suas canções, são recheadas de significados. Sendo assim, não é possível compreender integralmente a proposta multiartística da banda sem ter a compreensão prévia de algumas coisas, como suas origens e pautas. Por fim, concluímos que a análise de canções como Pedra Preta exige um olhar transdisciplinar. que não exclui o aspecto musical, mas o elabora sistematicamente, já que a música é a coluna de sustentação de todos os outros pilares estruturais da canção em seu processo de significação.

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Biografia do Autor

Juliana Araújo Gomes, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Juliana iniciou seus estudos em música aos 7 anos, quando entrou no coral infantil de sua escola e decidiu que queria ser cantora. Aos 13 anos, estudou piano, aos 14, aprendeu a tocar violão, e, aos 17, baixo elétrico. Aos 18, formou sua primeira banda de rock. Atualmente, é graduanda do curso de Licenciatura em Música pela UFMS, onde desenvolve pesquisa de iniciação científica sobre a polifonia da voz cantada solo e segue em seu projeto solo como Jool Azul.

William Teixeira, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

William Teixeira é Professor Adjunto no Curso de Música da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (desde 2016) e Pesquisador Visitante (Fulbright Junior Faculty 2022/2023) da Harvard University. Bacharel em música com habilitação em violoncelo pela UNESP (2012), concluiu seus estudos de Pós-Graduação sob orientação do compositor Silvio Ferraz, como bolsista FAPESP, obtendo os títulos de Mestre em música pela UNICAMP (2014) e Doutor em música pela USP (2017), com estágios de pesquisa na Paul Sacher Stiftung (Suíça) e na Akademie der Künste, Berlim (Alemanha). Realizou Pós-Doutorado em Filosofia na PUC-RS com pesquisa sobre filosofia analítica da arte. Iniciou seus estudos de violoncelo em Rio Claro/SP com o professor Francisco Paes, prosseguindo-os com Eduardo Bello e Rodrigo Andrade, até se tornar discípulo de André Micheletti. Continuou sua formação por meio de masterclasses com os professores Hans Jensen, Gaetano Nasillo e Xavier Gagnepain, tendo sido selecionado pelo Instituto Goethe para seu programa de mentoria em música contemporânea com o Ensemble Modern (Alemanha), onde teve aulas com Michael Maria Kasper. Dedica-se ao diálogo entre a Música Antiga e a Contemporânea, tendo estreado dezenas de obras de compositores brasileiros de várias gerações, atuando como solista frente a grupos como a Orquestra Sinfônica da UNICAMP, Orquestra Sinfônica de Rio Claro, Orquestra de Câmara da USP, USP-Filarmônica, entre outras orquestras e grupos de câmara. É Docente Permanente do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens da UFMS, desenvolvendo projetos de pesquisa na área de Performance Musical em sua relação com os seguintes tópicos: análise da música contemporânea (da canção popular à música experimental com suporte tecnológico); reflexões teológicas e filosóficas; repertório e técnica do violoncelo.

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Publicado

19-12-2022

Como Citar

GOMES, J. A.; TEIXEIRA, W. A performance na música e além da música: uma análise da canção Pedra Preta, da banda Teto Preto . Travessias, Cascavel, v. 16, n. 3, p. e30058, 2022. DOI: 10.48075/rt.v16i3.30058. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/30058. Acesso em: 10 maio. 2024.

Edição

Seção

[DT] ARTES, PERFORMANCES E INTERARTES NA CENA DO CONTEMPORÂNEO LATINO-AMERICANO