Manhã cinzenta, estilhaços em sequência: considerações sobre a manhã que não acabou
Palavras-chave:
Cinema, História, Manhã Cinzenta, Olney São Paulo.Resumo
A arte e a política, a partir dos estudos contemporâneos, são vistas como indissociáveis, e se realizam nos mesmos pontos: na forma e/ou no conteúdo, ou em ambos. Nesse sentido, propomos a análise do média-metragem Manhã cinzenta, de Olney São Paulo, produzido em 1969, que é um dos mais significativos filmes da resistência à ditadura civil-militar de 1964, como também é uma espécie de metáfora para a vida do próprio cineasta, sendo uma ferida em seu próprio corpo estilhaçado pela tortura. Para nossa leitura e análise partimos dos pressupostos contemporâneos de Marc Ferro (1978; 1992) e Robert Rosenstone (1996; 2010) de que os filmes e os arquivos fílmicos podem suprir a ausência dos documentos oficiais tradicionais, dos quais a História lança mão para construir seu discurso, sendo, portanto, em sentido derridiano, suplementares para a construção historiográfica, podendo ser fontes para a compreensão de contextos e de acontecimentos históricos.
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