Comércio internacional de resíduos sólidos urbanos e a Convenção de Basileia: Contribuições sobre a poluição por óleo no litoral brasileiro

Autores

  • Luciana Aparecida Iotti Ziglio Doutora em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP), com pós-doutorado em Sustentabilidade e Organizações (EACH/USP). https://orcid.org/0000-0002-3753-6859

DOI:

https://doi.org/10.48075/amb.v2i1.25280
Agências de fomento

Palavras-chave:

Óleo, litoral brasileiro, Convenção de Basileia, resíduos, descarte ilegal.

Resumo

O comércio internacional de resíduos é uma atividade praticada em âmbito global, porém, há de se afir­mar que a movimentação transfronteiriça de resíduos entre os países é considerada ilegal. Como resul­tado surge, no âmbito global, um comércio ilegal de lixo entre os países. Por outro lado, o trânsito de resíduos entre os países será permitido pela Convenção de Basileia (CB), quando for passível de uso como matéria-prima. Diante desse cenário, o presente artigo exibirá um panorama da Convenção de Basileia. O Brasil, signatário do documento, tem como premissa regular as atividades quanto ao trânsito de resíduos diante de possíveis ações que infiram na CB, como por exemplo, um possível despejamento de resíduos no mar territorial do país. Diante do apresentado, o artigo relata a poluição por óleo no litoral brasileiro, ocorrida em agosto de 2019. Como aspecto metodológico o artigo ampara-se em revisão documental e bibliográfica. Conclusivamente, apresenta-se um cenário sobre uma probabilidade de omissão da CB para os Estados Partes.

Referências

AGAMUTHU, Putri. Mercury emissions: is there a global problem? Waste Management & Resource. v. 23, no 6, pp. 485-486, 2005. Disponível em <https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/0734242X0502300601>. Acesso em 05/03/2020.

AGÊNCIA BRASIL. Embaixador diz que navio holandês nem chegou a deixar costa europeia. 02/05/2003. Disponível em <http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2003-05-02/embaixador-diz-que-navio-holandes-nem-chegou-deixar-costa-europeia>. Acesso em 05/03/2020.

BAIRD, Jim; CURRY, Robin; CRUZ, P. An overview of waste crime, its characteristics, and the vulnerability of the EU waste sector. Waste Management & Research, v. 32, pp. 97-105, 2014. Disponível em <https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/0734242X13517161>. Acesso em 05/03/2020.

BANDEIRA, Denise L.; BECKER, João Luiz; BORENSTEIN, Denis. Sistema para distribuição integrada de contêineres cheios e vazios. Produção, v. 18, no 3, pp. 452-468, 2008. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65132008000300004&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 29/02/2020.

BECK, Ulrich. La sociedad del riesgo: hacia una nueva modernidad. Barcelona: Paidós, 1986, (2006).

BRASIL. Decreto no 8.127/2003, Institui o Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Águas sob Jurisdição Nacional, altera o Decreto nº 4.871, de 6 de novembro de 2003 e o Decreto nº 4.136, de 20 de fevereiro de 2002. Dispo¬nível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/decreto/d8127.htm>. Acesso em 12/03/2020.

ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY UNITED STATES (EPA). National Overview: Facts and Figures on Materials, Wastes and Recycling. 2017. Disponível em <https://www.epa.gov/facts-and-figures-about-materials-waste-and-recycling/national-overview-facts-and-figures-materials#Generation>. Acesso em 02/03/2020.

EUROSTAT. Generation of waste by waste category, hazardousness and NACE Rev. 2 activity. 24.02.2020. Disponível em <https://appsso.eurostat.ec.europa.-eu/nui/submitViewTableAction.do>. Acesso em 02/03/2020.

FREELAND, Steven. Direitos humanos, meio ambiente e conflitos: enfrentando os crimes ambientais. Sur, Rev. internacional direitos humanos, v. 2, no 2, pp. 118-145, 2005. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-64452005000100006&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 10/05/2020.

FOLHA DE SÃO PAULO. Brasil denuncia Reino Unido por lixo tóxico. 2009. Disponível em <https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2307200906.htm>. Acesso em 05/03/2020.

HERAT, Sunil; AGAMUTHU, Putri. E-waste: a problem or an opportunity? Review of issues, challenges and solutions in Asian countries. Waste Management & Research, v. 30, no 11, pp. 1113-1129, 2012. Disponível em <https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/0734242X12453378>. Acesso em 05/03/2020.

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS. IBAMA. Localidades atingidas manchas de óleo. Disponível em <http://www.ibama.gov.br/phocadownload/emergenciasambientais/2020/manchasdeoleo/2020-02-27_LOCALIDADES_AFETADAS.pdf>. Acesso em 09/03/2020.

INTERPOL. Electronic waste and organized crime-assessing the links.

Trends in Organized Crime, v. 12, pp.352–378, 2009.

KAZA, Silpa; YAO, Lisa C; BHADA-TATA, Perinaz; VAN WOERDEN, Frank. What a Waste 2.0: A Global Snapshot of Solid Waste Management to 2050. Urban Development. Washington, DC: World Bank, 2018. Disponível em <https://openknowle-dge.worldbank.org/handle/10986/30317>. Acesso em 02/03/2020.

LE BILLON, Philippe; DUFFY, Rosaleen V. Ecologias de conflito: conectando ecologia polí¬tica e estudos de paz e conflito. Journal of Political Ecology, v. 25, pp. 239-260, 2018.

LIMA, Claudia. Convenção da Basiléia: controle de movimentos transfronteiriços de resí¬duos perigosos e seu depósito. Revista Âmbito Jurídico, v. 88, 2011. Disponível em <https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-88/convencao-da-basileia-controle-de-movimentos-transfronteiricos-de-residuos-perigosos-e-seu-deposito/>. Acesso em 26/02/2020.

MARTINEZ ALIER, Joan. O ecologismo dos pobres: conflitos ambientais e linguagens de valoração. São Paulo: Contexto, 2007.

MENEGAZZO, Luciano. Maiores Navios no Mundo, mais um Desafio no Brasil: uma análise do Programa Nacional de Dragagem, Estudos Econômicos, v. 48, n. 1, pp. 175-209, 2018.

MEYERS, Gary; McLEOD, Glen; ANBARCI, Melanie A. An international waste convention: measures for achieving sustainable development, Waste Management & Resource, v. 24, no 6, pp. 505–513, 2006.

OBERG, Ingrid M. F. Análise da aplicação da Convenção de Basileia pelo governo brasi¬leiro com foco no trânsito transfronteiriço de resíduos. Mestrado em Geografia. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2016.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Convenção da Basiléia. 1989. Disponível em . Acesso em 05/03/2020.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Recomendaciones relativas al transporte de mercancías peligrosas: reglamentación modelo. ST/SG/AC.10/1/Rev.18 (Vol. I). Nova York e Genebra: Nações Unidas, 2013. Disponível em <https://www.unece.org/fileadmin/DAM/trans/danger/publi/unrec/rev18/Spanish/ST-SG-AC10-1-Rev18_Vol1_s.pdf>. Acesso em 13/03/2020.

SANCHEZ, Roberto. International Trade in Hazardous Wastes: A Global Problem with Uneven Consequences for the Third World. The journal of environment & development, v. 3, pp. 139-152, 1994.

SEVERINO, Antonio J. S. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez Editora. 23ª ed., 2007.

SOUZA, Matheus. Faltam transparência e ações mais amplas do governo para conter óleo na costa, cobram cientistas. Jornal da USP. São Paulo, 23/12/2019. Atualidades. Dis¬ponível em <https://jornal.usp.br/ciencias/faltam-transparencia-e-acoes-mais-amplas-do-governo-para-conter-oleo-na-costa-cobram-cientistas/>. Acesso em 12/03/2020.

VARJABEDIAN, Roberto; SCHAEFFER-NOVELLI, Yara. Valoração monetária de danos am¬bientais: experiências na zona costeira, ferramentas e comentários. MPMG Jurí¬dico. Belo Horizonte, Edição especial, pp. 50-55, 2011.

Downloads

Publicado

22-06-2020

Como Citar

IOTTI ZIGLIO, L. A. Comércio internacional de resíduos sólidos urbanos e a Convenção de Basileia: Contribuições sobre a poluição por óleo no litoral brasileiro. AMBIENTES: Revista de Geografia e Ecologia Política, [S. l.], v. 2, n. 1, p. 270, 2020. DOI: 10.48075/amb.v2i1.25280. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/ambientes/article/view/25280. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos