Politica Florestal e Programa de Ajustamento Estrutural versus Exploração florestal em Mocambique

Forest policy and Structural Adjustment Program versus forest exploitation in Mozambique

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48075/amb.v4i1.28823

Resumo

As políticas florestais são determinantes para a estabilidade e para o uso sustentável dos recursos naturais, mas também podem ser a causa do uso insustentável das paisagens florestais, quando implementadas de forma deficiente, trazendo impactos severos à biodiversidade e às comunidades delas dependentes. Segundo dados de 2007, Moçambique enfrenta problemas sérios de desmatamento, com uma taxa anual de desmatamento de cerca de 2%. Na Província de Inhambane, em que se localizam os distritos de Mabote e de Funhalouro, objetos deste estudo, o desmatamento anual é de 0,53%. O objetivo deste artigo é de analisar a política florestal de Moçambique no contexto da materialização do Programa de Ajustamento Estrutural, iniciado em 1987, o que se mostra fundamental, dada a importância das políticas florestais na boa governança das florestas. Para tanto, foi realizada uma revisão bibliográfica de temas relacionados a recursos florestais, à exploração e a políticas florestais e um trabalho de campo, em que se promoveu a observação da cobertura florestal e entrevistas abertas e fechadas com as comunidades residentes em áreas de florestas e com os técnicos do setor de florestas. As abordagens utilizadas no estudo foram as qualitativas e as quantitativas. A materialização do Programa de Ajustamento Estrutural no país gerou mudanças profundas na economia e na sociedade moçambicanas e, ao invés de promover o desenvolvimento, estimulou a atividade extrativista florestal, em que não se respeita a implementação de planos de manejo ou, mesmo, questões específicas, como o planejamento do número de operadores florestais nas áreas de exploração, proporcionando uma administração florestal insustentável, do ponto de vista da conservação de recursos naturais, e gerando externalidades negativas, degradação da cobertura florestal e redução dos rendimentos na agricultura familiar, bem como o envolvimento sem sucesso das comunidades locais na gestão das florestas, dada a ausência de mecanismos legais específicos para tal efeito, tornando-as simples espectadoras passivas.

Palavras-chave: Exploração florestal; Política florestal; Ajustamento estrutural; Meio ambiente; Comunidades locais.

 

Forest policy and Structural Adjustment Program versus forest exploitation in Mozambique

Abstract

Forest policies are determinant for the stability and sustainable use of natural resources, but they can also be the cause of unsustainable use of forest landscapes when poorly implemented, bringing severe impacts to biodiversity and the communities dependent on them. According to data from 2007, Mozambique faces serious deforestation problems, with an annual deforestation rate of about 2%. In the Province of Inhambane, where the districts of Mabote and Funhalouro are located, the subjects of this study, the annual deforestation rate is 0.53%. The objective of this paper is to analyze Mozambique's forest policy in the context of the materialization of the Structural Adjustment Program, initiated in 1987. To do so, a bibliographic review of themes related to forest resources, exploitation, and forest policies was carried out, as well as fieldwork, in which happened the observation of the forest cover and open and closed interviews with communities residing in forest areas and forestry sector technicians. The approaches used in the study were both qualitative and quantitative. The materialization of the Structural Adjustment Program in the country generated deep changes in the Mozambican economy and society and, instead of promoting development, stimulated the extractive forestry activity, in which the implementation of management plans or even specific issues, such as planning the number of forest operators in the exploration areas, is not respected, providing unsustainable forest management, from the point of view of natural resource conservation, and generating negative externalities, degradation of forest cover and reduction of income in family agriculture, as well as the unsuccessful involvement of local communities in forest management, given the absence of specific legal mechanisms for this purpose, making them simple passive spectators.

Keywords: Forest exploitation; Forest policy; Structural adjustment; Environment; Local communities.

 

Política forestal y Programa de Ajuste Estructural versus exploración forestal en Mozambique

Resumen

Las políticas forestales son determinantes para la estabilidad y el uso sostenible de los recursos naturales, pero también pueden ser la causa de un uso insostenible de los paisajes forestales cuando se aplican de forma deficiente, lo que conlleva graves repercusiones para la biodiversidad y las comunidades que dependen de ellos. Según datos del 2007, Mozambique se enfrenta a graves problemas de deforestación, con una tasa anual de alrededor del 2%. En la Provincia de Inhambane, donde se encuentran los distritos de Mabote y Funhalouro, obyectos de este estudio, la deforestación anual es del 0,53%. El objetivo de este artículo es analizar la política forestal de Mozambique en el contexto de la materialización del Programa de Ajuste Estructural, iniciado en 1987, dada la importancia de las políticas forestales para la buena gobernanza de los bosques. Para ello, se realizó una revisión bibliográfica de temas relacionados con los recursos forestales, la explotación y las políticas forestales y un trabajo de campo, en lo cual se realizaron observaciones de la cubierta forestal y entrevistas abiertas y cerradas con las comunidades que viven en las zonas forestales y con los técnicos del sector forestal. Los enfoques utilizados en el estudio fueron cualitativos y cuantitativos. La materialización del Programa de Ajuste Estructural en el país generó profundos cambios en la economía y la sociedad mozambiqueñas y, en lugar de promover el desarrollo, estimuló la actividad forestal extractiva, en la que no se respeta la aplicación de los planes de gestión o incluso cuestiones específicas como la planificación del número de operadores forestales en las zonas de explotación, proporcionando una gestión forestal insostenible, desde el punto de vista de la conservación de los recursos naturales, y generando externalidades negativas, degradación de la cubierta forestal y reducción de los ingresos en la agricultura familiar, así como la infructuosa participación de las comunidades locales en la gestión forestal, dada la ausencia de mecanismos legales específicos para ello, lo que las convierte en simples espectadores pasivos.

Palabras clave: Explotación forestal; Política forestal; Ajuste estructural; Medio ambiente; Comunidades locales.

Downloads

Publicado

30-06-2022 — Atualizado em 01-07-2022

Versões

Como Citar

MACANDZA, M. M.; BREMER, U. F. Politica Florestal e Programa de Ajustamento Estrutural versus Exploração florestal em Mocambique: Forest policy and Structural Adjustment Program versus forest exploitation in Mozambique. AMBIENTES: Revista de Geografia e Ecologia Política, [S. l.], v. 4, n. 1, p. 235–266, 2022. DOI: 10.48075/amb.v4i1.28823. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/ambientes/article/view/28823. Acesso em: 27 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos