Por uma Geografia feminista indígena: As relações de gênero, sexualidade e o caso das mulheres Kiriri na luta pelos/nos territórios
DOI :
https://doi.org/10.48075/amb.v5i2.31923Résumé
O presente artigo objetiva problematizar as relações de gênero no mundoaldeia Kiriri. Estas se desdobram de forma tensa e conflituosa a partir do processo demarcatório dos territórios e a nova liderança sob moldes femininos, o que visa transgredir as noções de papeis pautados no binarismo homem e mulher indígena do ponto de vista global e/ou da colonialidade de gênero. A modernidade organiza o mundo ontologicamente quando se refere a termos categorizados de forma homogêneas, atômicas, separadas. Assim, a crítica contemporânea ao universalismo feminista em termos gerais, e indígenas em específico, centra-se na reivindicação de que a intersecção entre raça, classe, etnia, sexualidade e gênero expande-se para além das categorias da modernidade. Se mulher e indígenas são termos para categorias homogêneas, atomizadas e separáveis, então sua intersecção mostra-nos a ausência das mulheres indígenas – e não sua presença (Lugones, 2014). Tal contexto nos sugere reaver as realidades no interior dos territórios indígenas que buscam r-existir e avançar sobre a lógica da modernidade colonial capitalista neoliberal de gênero. Dessa forma, por meio da pesquisa qualitativa participante de viés pós-marxista com foco na abordagem de análise crítica do discurso como método realizado junto às mulheres Kiriri, foi possível constatar que, devido às demandas territoriais internas, essas mulheres se colocam como sujeitos resistentes e reivindicam uma nova identidade política que ultrapasse a esfera doméstica e reprodutora para assumirem o lugar de ecofeministas indígenas e gestoras dos/nos territórios.
Palavras-chave: Gênero; Territórios; Geografia Feminista Indígena; Feminismos decoloniais.
Gender, sexuality relations, and the case of Kiriri women in the struggle for and with territories: An indigenous feminist geography perspective
Abstract
This article presents a comprehensive exploration of gender relations within the Kiriri village-world, with a specific focus on the intricate dynamics that unfold during the territorial demarcation process and the emergence of female leadership. These dynamics disrupt traditional gender roles through a lens of global and colonial gender perspectives. The study critiques the conventional approach of modernity that categorizes terms in homogenous, atomic, and isolated ways, and highlights the pressing need for understanding the nuanced interplay of race, class, ethnicity, sexuality, and gender, especially in the realm of indigenous feminism. Through a post-critical participatory qualitative research approach, employing critical discourse analysis as a primary method, the research uncovers how Kiriri women, driven by internal territorial pressures, redefine their roles from traditional domestic and reproductive spheres to embrace new identities as indigenous ecofeminists and stewards of the land. This transformation reflects a broader resistance to the influence of colonial capitalist neoliberal modernity on gender dynamics within indigenous territories, offering valuable insights into the ongoing struggle to reclaim and reshape these spaces.
Keywords: Gender; Territories; Indigenous Feminist Geography; Decolonial Feminisms.
Por una geografía feminista indígena: Las relaciones de género, sexualidad y el caso de mujeres Kiriri en la lucha por los/en los territorios
Resumen
Este artículo tiene como propuesta problematizar las relaciones de género en el mundo aldeano Kiriri. Estas relaciones se desarrollan de manera tensa y conflictiva a partir del proceso de demarcación de territorios y del nuevo liderazgo bajo moldes femeninos, que pretenden transgredir las nociones de papeles, basados en el sentido binario del hombre y de la mujer indígenas, desde un punto de vista global y/o de la colonialidad de género. La modernidad organiza ontológicamente el mundo cuando se refiere a términos categorizados de maneras homogéneas, atómicas y separadas. Así, la crítica contemporánea deluniversalismo feminista, en términos generales, y, en específico, del universalismo indígena se centra enla reivindicación de que la intersección entre raza, clase, etnia, sexualidad y género se expande más allá de las categorías de la modernidad. Si mujer e indígena son términos para categorias homogéneas, atomizadas y separables, entonces su intersección nos muestra la ausencia de mujeres indígenas – y no su presencia (Lugones,2014). Este contexto sugiere que recuperemos las realidades en el interior de los territorios indígenas que buscan resistir y avanzar sobre la lógica de la modernidad colonial capitalista neoliberal basada en el género. Así, a través de una investigación cualitativa participante com inclinación poscrítica, enfocada en el abordaje del análisis crítico del discurso como método, realizada con mujeres Kiriri, se pudo verificar que, por demandas internas territoriales, estas mujeres se posicionan como resistentes y exigen una nueva identidad política que vaya más allá de la esfera doméstica y reproductiva para ocupar el lugar de las ecofeministas y gestoras indígenas de/en los territorios.
Palabras clave: Género; Territorios; Geografía Feminista Indígena; Feminismos Decoloniales.
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