Novo tempo de retomadas e insurreições de jovens indígenas diante dos impactos socioambientais, da violência de Estado e do limbo ruralista em Mato Grosso do Sul
DOI:
https://doi.org/10.48075/amb.v5i2.31913Resumo
O presente trabalho é fruto de uma colaboração entre geógrafos indígenas e uma geógrafa não indígena, com o objetivo de construir uma investigação e reflexão coletiva sobre a dinâmica contemporânea de conflitos e violências resultantes das práticas políticas do Estado sob a égide de distintos governos e da ofensiva ruralista contra os territórios indígenas. Paralelamente, analisamos as múltiplas dimensões da resistência de jovens indígenas diante da guerra continuada contra suas vidas e territórios. Para esse fim, adotou-se como método a abordagem qualitativa que engloba a revisão bibliográfica desde as perspectivas teóricas e políticas de pesquisadoras/es indígenas e não indígenas, entrevistas semiestruturadas, bem como uma análise sobre o contexto de mudanças no uso e cobertura do solo com foco em Mato Grosso do Sul. Analisa-se primeiramente as dimensões do terrorismo de Estado e as ações ofensivas dos ruralistas no Brasil, que tem engendrado um contexto de violência sistemática contra a vida e os territórios indígenas. Em seguida, analisa-se o papel vital da auto-organização das juventudes indígenas, numa reflexão sobre as frentes de atuação e as perspectivas de resistência desses sujeitos jovens. Em meio a violência como modus operandi do Estado e do agronegócio, os povos, e neste caso, especialmente a juventude, irrompem os cercos fortalecendo trincheiras em defesa das retomadas de seus territórios e de suas autonomias, enfrentando a ofensiva das dinâmicas de extração, de saque à biodiversidade e da superexploração do trabalho articulados por essa “máquina de guerra”.
Palavras-chave: Autonomias indígenas; Juventudes indígenas; Neoextrativismo; Violência de Estado.
A new era of retomadas and insurgence among young indigenous people facing socio-environmental impacts, state violence, and the ruralist limbo in Mato Grosso do Sul, Brazil
Abstract
This paper is the result of a collaboration between two indigenous geographers and a non-indigenous geographer, intending to construct collective research and reflection on the contemporary dynamics of conflicts and violence resulting from the political practices of the State under the auspices of various governments and the ruralist offensive against indigenous territories. In parallel, we analyze the multiple dimensions of resistance among young indigenous individuals in the face of the ongoing war against their lives and territories. To this end, we adopted a qualitative approach that encompasses a literature review from both indigenous and non-indigenous researchers' theoretical and political perspectives, semi-structured interviews, as well as an analysis of the changing land use and land cover context with a focus on Mato Grosso do Sul. First, we examine the dimensions of state terrorism and the offensive actions of ruralists in Brazil, which have engendered a context of systematic violence against indigenous lives and territories. Next, we analyze the vital role of self-organization among indigenous youth, reflecting on their fronts of action and prospects for resistance. Amidst the violence as the modus operandi of the State and agribusiness, indigenous peoples, and in this case, especially the youth, break through the sieges, strengthening fortifications in defense of the reclamation of their territories and their autonomy, confronting the offensive of extraction dynamics, biodiversity plunder, and labor super-exploitation articulated by this “war machine”.
Keywords: Indigenous autonomies; Indigenous youth; Neo-extractivism; State violence.
Nuevo tiempo de retomas e insurrecciones de jóvenes indígenas ante los impactos socioambientales, la violencia de Estado y el limbo ruralista en Mato Grosso del Sur, Brasil
Resumen
El presente trabajo es el resultado de una colaboración entre geógrafos indígenas y una geógrafa no indígena, con el objetivo de construir una investigación y reflexión colectiva sobre la dinámica contemporánea de conflictos y violencias resultantes de las prácticas políticas del Estado bajo la égida de distintos gobiernos y la ofensiva ruralista contra los territorios indígenas. Al mismo tiempo, analizamos las múltiples dimensiones de la resistencia de jóvenes indígenas frente a la guerra continua contra sus vidas y territorios. Para este fin, adoptamos un enfoque cualitativo que incluye la revisión bibliográfica desde las perspectivas teóricas y políticas de investigadores/as indígenas y no indígenas, entrevistas semiestructuradas, así como un análisis del contexto de cambios en el uso y la cobertura de la tierra con un enfoque en Mato Grosso del Sur. En primer lugar, se examinan las dimensiones del terrorismo de Estado y las acciones ofensivas de los ruralistas en Brasil, que han generado un contexto de violencia sistemática contra la vida y los territorios indígenas. A continuación, se analiza el papel vital de la autoorganización de la juventud indígena, reflexionando sobre los frentes de acción y las perspectivas de resistencia de estos jóvenes sujetos. En medio de la violencia como modus operandi del Estado y el agronegocio, los pueblos, y en este caso, especialmente la juventud, irrumpen en los cercos fortaleciendo trincheras en defensa de las recuperaciones de sus territorios y sus autonomías, enfrentando la ofensiva de las dinámicas de extracción, saqueo a la biodiversidad y la sobreexplotación del trabajo articulados por esta “maquina de guerra”.
Palabras clave: Autonomías indígenas; Juventud indígena; Neoextractivismo; Violencia estatal.
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