O movimento das Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação de professores de Educação Física na dinâmica da organização do trabalho pedagógico da ESEFFEGO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36453/cefe.2022.29445

Palavras-chave:

Organização do Trabalho Pedagógico, Educação Física, Formação de Professores

Resumo

INTRODUÇÃO: A ruptura epistemológica da Educação Física dos anos 1980 em diante, ao colocar em xeque a identidade teórico-metodológica da área, abriu um clarão naquilo que até então havia se constituído como princípios da formação docente. Os pressupostos do ensinar e do ensinar a ensinar foram impactados pelos determinantes político-econômicos e histórico-culturais que incluíram as reformas educacionais na lógica de flexibilização produtiva.
OBJETIVOS: Parte-se da análise macro dessa conjuntura para uma compreensão de como as disputas ideológicas e político-econômicas pela definição dos marcos legais da formação em Educação Física desdobram-se nos Projetos Pedagógicos de Cursos da Escola Superior de Educação Física e Fisioterapia do Estado de Goiás.
MÉTODOS: A metodologia que se mostrou mais efetiva foi a articulação de pesquisa documental de cunho exploratório-descritivo e estudo de caso com análise qualitativa a partir de entrevistas semiestruturadas.
RESULTADOS: Foram identificados, entre os anos 1994 e 2021, seis momentos distintos de reforma curricular, dentre os quais quatro chamam atenção. Um primeiro momento foi de afirmação da formação única e organizada a partir do movimento renovador da Educação Física; um segundo, de formação ampliada, como esforço de resistir aos determinantes da cisão licenciatura ou bacharelado; um terceiro, de ruptura radical da formação, bacharelado ou licenciatura; e um quarto, de integração dos cursos em uma matriz unificada.
CONCLUSÕES: O todo desse movimento reflete-se na Organização do Trabalho Pedagógico da instituição. A relação docente/discente/conhecimento foi impactada pelas tensões e disputas inerentes à organização de um projeto pedagógico de curso. Além das implicações negativas para a sedimentação do senso de comunidade acadêmica, a reestruturação continuada institui um ruído constante no diálogo interno da instituição, o que, em certo sentido, representa entrave no esforço de articular, em um bloco coeso (componente curricular), os pressupostos do projeto de curso, do ementário e da matriz curricular.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BERTINI JUNIOR, N.; TASSONI, E. C. M. A Educação Física, o docente e a escola: concepções e práticas pedagógicas. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 7, n. 3, p. 467-83, 2013. DOI: <https://doi.org//10.1590/S1807-55092013000300013>.

BRASIL. Ministério da Educação. Resolução n° 03/1987, de 16 de junho de 1987. Fixa os mínimos de conteúdo e duração a serem observados nos cursos de graduação em Educação Física (Bacharelado e/ou Licenciatura Plena). Brasília, DF: Conselho Federal de Educação, 1987. Disponível em: <http://cref16.org.br/home/mec/ResolucaoCFEn03.pdf>. Acessado em: 9 de junho de 2022.

CAMARGO, A. M. M.; HAGE, S. M. A política de formação de professores e a reforma da educação superior. In: MANCEBO, D.; FÁVERO, M. L. A. (Orgs.). Universidade: políticas, avaliação e trabalho docente. São Paulo: Cortez, 2004.

COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de educação física. São Paulo: Cortez, 1992.

CRUZ, M. M. S.; REIS, N. S.; CARVALHO, S. C. S.; MEDEIROS, A. G. A. Formação profissional em educação física: história, avanços, limites e desafios. Caderno de Educação Física e Esporte, Marechal Cândido Rondon, v. 17, n. 1, p. 227-35, 2019. DOI: <https://doi.org/10.36453/2318-5104.2019.v17.n1.p227>.

FINOQUETO, L. C. P.; BERSCH, A. A. S.; RIBEIRO, C. B. R. Embates históricos em torno das Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Educação Física: perspectiva de unidade da formação ou avanço da fragmentação? Revista Fluminense de Educação Física, Niterói, v. 2, n. 2, p. 1-20, 2021. Disponível em: <https://periodicos.uff.br/edfisica-fluminense/article/download/51693/30647>. Acessado em: 9 de setembro de 2022.

LEMOS, L. M.; VERONEZ, L. F. C.; MORSCHBACHER, M.; BOTH, J. V. As contradições do processo de elaboração das diretrizes curriculares nacionais dos cursos de formação em Educação Física e os movimentos de resistência à submissão ao mercado. Movimento, Porto Alegre, v. 18, n. 3, p. 27-49, 2012. DOI: <https://doi.org/10.22456/1982-8918.19749>.

MARTINS, P. L. O.; ROMANOWSKI, J. P. A didática na formação pedagógica de professores. Educação, Porto Alegre, v. 33, n. 3, p. 205-12, 2010. Disponível em: <https://revistaseletronicas.pucrs.br/index.php/iberoamericana/N%C3%83%C6%92O%20https:/www.scimagojr.com/index.php/faced/article/view/8077/5724>. Acessado em: 13 de fevereiro de 2021.

NASCIMENTO, F. S. T.; RIBEIRO, M. C. S. A concepção de Educação Física por acadêmicos do 7º e 8º período da UEG - Eseffego substanciada pelo currículo de 1999. In: XVII Congresso Brasileiro de Ciência e Esporte; IV Congresso Internacional de Ciência do Esporte, 2011. Anais... Porto Alegre: CBCE. Disponível em: <http://www.rbeconline.org.br/congressos/index.php/XVII_CONBRACE/2011/index>. Acessado em: 20 de fevereiro de 2021.

PIANA, M. C. A construção da pesquisa documental: avanços e desafios na atuação do serviço social no campo educacional. São Paulo: Editora Unesp; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. Disponível em: <http://books.scielo.org/id/vwc8g/pdf/piana-9788579830389-05.pdf>. Acessado em: 22 de julho de 2021.

SANFELICE, J. L. Dialética e pesquisa em educação. In: LOMBARDI, J. C.; SAVIANI, D. (orgs.). Marxismo e educação: debates contemporâneos. Campinas: Autores Associados; Histedbr, 2005.

TAFFAREL, C. N. Z. A formação profissional e as diretrizes curriculares do programa nacional de graduação: O assalto às consciências e o amoldamento subjetivo. Revista da Educação Física, Maringá, v. 9, n. 1, p. 13-23, 1998. Disponível em: <https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/RevEducFis/article/download/3823/2635/>. Acessado em: 3 de janeiro de 2022.

TAFFAREL, C. N. Z. A Formação de professores de educação física e a licenciatura ampliada. In: IV Semana de Educação Física/UFMS, 2012; XVII Jornada de Iniciação Científica do Curso de Educação Física/UFMS, 2012. Anais... Campo Grande: UFMS. Disponível em: <https://repositorio.ufba.br/handle/ri/18055>. Acessado em: 9 de setembro de 2022.

TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.

UEG. Universidade Estadual do Goiás. Escola Superior de Educação Física e Fisioterapia do Estado de Goiás (ESEFFEGO). Projeto Político do Curso de Licenciatura em Educação Física. Goiânia, 2015.

VEIGA, I. P. A. Didática: uma retrospectiva histórica. In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro (Coord.). Repensando a didática. 25. ed. Campinas: Papirus, 2007. p. 33-54.

VENTURA, P. R. V. A educação física e sua constituição histórica: desvelando ocultamentos. 2010. 208f. Tese (Doutorado em Educação) – Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, 2010. Disponível em: <http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/bitstream/tede/675/1/PAULO%20ROBERTO%20VELOSO%20VENTURA.pdf>. Acessado em: 28 de julho de 2021.

VERONEZ, L. F. C.; LEMOS, L. M.; MORSCHBACHER, M.; BOTH, V. J. Diretrizes curriculares da educação física: reformismo e subordinação ao mercado no processo de formação. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Florianópolis, v. 35, n. 4, p. 809-23, 2013. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rbce/a/wkkJFWrtJcD4k7Spnpwgwhh/abstract/?lang=pt>. Acessado em: 9 de setembro de 2022.

Downloads

Publicado

19.10.2022

Como Citar

CARVALHO, R. N. V.; CRISÓSTOMO MAGALHÃES, A. . O movimento das Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação de professores de Educação Física na dinâmica da organização do trabalho pedagógico da ESEFFEGO. Caderno de Educação Física e Esporte, Marechal Cândido Rondon, v. 20, p. e–29445, 2022. DOI: 10.36453/cefe.2022.29445. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/cadernoedfisica/article/view/29445. Acesso em: 27 abr. 2024.