Rugby em cadeira de rodas: auto-organização do jogo, desempenho das equipes e a influência das classes funcionais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36453/cefe.2024.30304

Palavras-chave:

rugby em cadeira de rodas, classes funcionais, análise de desempenho

Resumo

INTRODUÇÃO: O rugby em cadeira de rodas é um esporte paralímpico de história recente e passou a ser um campo de estudo emergente para todas as áreas da educação física. Ao verificar as pesquisas na área da análise de jogo, nota-se que, em sua maioria, são observadas variáveis ofensivas e defensivas, mas com o intuito de aferir o desempenho das classes funcionais e propor mudanças no sistema de classificação da modalidade.
OBJETIVO: O estudo visa determinar a auto-organização do jogo no rugby em cadeira de rodas.
MÉTODOS: A amostra foi composta por 4.679 ações dos Jogos Paralímpicos (2016 e 2020), analisadas a partir do desenvolvimento de um protocolo de observação (κ≥0,8). Para descrever as ações desenvolvidas foi realizada a contabilização da ocorrência dos eventos e aplicação do teste qui-quadrado. A performance das classes funcionais foi aferida com a aplicação do Kruskal Wallis H test. Para comparar o desempenho das classes funcionais das equipes superiores e inferiores, os fatores que influenciam no resultado final da partida e os Jogos Paralímpicos foi aplicado o Mann Whitney U test. A caracterização das ações de bloqueio foi feita com a aplicação do ANOVA de medidas repetidas, além da utilização do Test t student para comparar as ações com e sem bloqueio.
RESULTADOS: O jogo é regido por ações que resultam em ponto e as classes funcionais altas (3.0-3.5) possuem maior participação nas fases ofensiva e defensiva. O desempenho da classe funcional 1.5 foi superior ao da classe funcional 3.0 nas equipes inferiores. A performance da classe funcional 3.0 é determinante para explicar o sucesso das equipes na competição. As ações de bloqueio defensivo são importantes para recuperar a posse da bola sem sofrer pontos.
CONCLUSÃO: O rugby é regido por ações que resultam em ponto, sendo que estas são realizadas majoritariamente pelas classes funcionais altas (3.0 e 3.5). Foi observado que a classe funcional 1.5, principalmente nas equipes inferiores, detém um bom índice de desempenho.

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Publicado

02.08.2024

Como Citar

AMARAL, R.; GÓES, G. H. T. dos S.; MORATO, M. P. Rugby em cadeira de rodas: auto-organização do jogo, desempenho das equipes e a influência das classes funcionais. Caderno de Educação Física e Esporte, Marechal Cândido Rondon, v. 22, p. e30304, 2024. DOI: 10.36453/cefe.2024.30304. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/cadernoedfisica/article/view/30304. Acesso em: 7 set. 2024.