A importância da participação social e política para a emancipação da pessoa surda

Autores

  • Adriana Aparecida Mariano Lopes Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, Centro de Educação, comunicação e Artes – CECA, Núcleo de Educação a Distância – NEADUNI, Curso Letras - Língua Portuguesa e Língua Brasileira de Sinais - Libras - Tradução e Interpretação - Bacharelado, email: adriana.a.m.lopes@hotmail.com https://orcid.org/0000-0003-0791-4844
  • Erevaldes Sanches Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, Centro de Educação, comunicação e Artes – CECA, Núcleo de Educação a Distância – NEADUNI, Curso Letras - Língua Portuguesa e Língua Brasileira de Sinais - Libras - Tradução e Interpretação - Bacharelado https://orcid.org/0000-0003-3051-0469
  • Juliane Santos da Silva Gevigier Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, Centro de Educação, comunicação e Artes – CECA, Núcleo de Educação a Distância – NEADUNI, Curso Letras - Língua Portuguesa e Língua Brasileira de Sinais - Libras - Tradução e Interpretação - Bacharelado, e-mail: Juliane.gevi@hotmail.com https://orcid.org/0000-0003-0106-2409

DOI:

https://doi.org/10.48075/csar.v22i42.27861
Agências de fomento
Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste

Palavras-chave:

Linguagem, emancipação surda, movimento surdo.

Resumo

A sanção da lei 10.436/2002, que oficializou a Libras como língua oficial dos surdos no Brasil, foi um marco emancipatório para a comunidade surda, devido à luta do movimento surdo que conquistou a legitimação de sua língua após anos de exclusão social. Neste artigo, requisito parcial à obtenção do título de bacharel em Letras-Libras, apresentaremos um balanço bibliográfico que demonstra como esta conquista não foi o suficiente para a superação efetiva desta exclusão histórica. Assim, objetivamos demonstrar como a linguagem é essencial para a formação da identidade do indivíduo em geral e é por meio da Libras que o surdo, em específico, pode se engajar socialmente para conquistar, de fato, sua emancipação, enquanto indivíduo e enquanto comunidade surda. Entretanto, o domínio da Libras e a garantia legal de igualdade não são suficientes para que os surdos se tornem emancipados, portanto, em nossa pesquisa, demonstraremos que se faz necessária a organização social e a mobilização permanente dos surdos em prol de sua plena cidadania. Realizamos uma revisão bibliográfica em livros, artigos científicos e dissertações acadêmicas para compreendermos como ocorreu a mobilização dos surdos, como eles se inserem na sociedade e na política para garantirem seus direitos e como os autores apontam formas de mobilização que ampliem sua emancipação.

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Publicado

11-10-2022

Como Citar

MARIANO LOPES, A. A.; SANCHES, E.; GEVIGIER, J. S. da S. A importância da participação social e política para a emancipação da pessoa surda. Ciências Sociais Aplicadas em Revista, [S. l.], v. 22, n. 42, p. 194–208, 2022. DOI: 10.48075/csar.v22i42.27861. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/csaemrevista/article/view/27861. Acesso em: 8 maio. 2024.

Edição

Seção

Artigos de Administração, Ciências Contábeis e Direito (Interdisciplinar)