Câmeras de reconhecimento facial no Brasil: implicações legais, constitucionais e a estruturação de sua regulamentação sob a ótica dos direitos da personalidade
Facial recognition cameras in Brazil: legal, constitutional implications and the structuring of its regulation from the perspective of personality rights
DOI:
https://doi.org/10.48075/csar.v30i50.35335Palavras-chave:
Políticas Públicas, Direitos da personalidade, Segurança Pública, RegulaçãoResumo
O avanço das câmeras de reconhecimento facial impõe desafios jurídicos urgentes à segurança pública e à proteção dos direitos da personalidade. O objetivo é analisar como a regulamentação das câmeras pode ser juridicamente estruturada para respeitar direitos fundamentais. A metodologia empregada é a bibliográfica e documental, utilizando o método dedutivo. Como problema de pesquisa, discute-se a utilização das câmeras de reconhecimento facial frente aos direitos da personalidade. Conclui-se que a utilização das câmeras de reconhecimento facial é juridicamente viável e benéfica para a segurança pública, resguardando os limites impostos pelos direitos da personalidade
Referências
BARRETO, Pablo Coutinho; PAULO NETO, Octávio Celso Gondim; MARQUES, Paulo Rubens Carvalho. O anteprojeto da ‘LGPD penal’ e a (in) segurança pública e (não) persecução penal: O anteprojeto impacta na prova penal, nas técnicas especiais de investigação e no processo penal. JOTA, [s.l.], 9 dez. 2020. Disponível em: https://www.jota. info/opiniao-e-análise/artigos/o-anteprojeto-da-lgpd-penal-e-a-in-seguranca-publica-e-nao-persecucao- -penal-09122020. Acesso em: 12 jan. 2025.
BARRETO, Pablo Coutinho; PAULO NETO, Octávio Celso Gondim; MARQUES, Paulo Rubens Carvalho. O anteprojeto da ‘LGPD penal’ e a (in) segurança pública e (não) persecução penal: O anteprojeto impacta na prova penal, nas técnicas especiais de investigação e no processo penal. JOTA, [s.l.], 9 dez. 2020. Disponível em: https://www.jota.info/opiniao-e-analise/artigos/o-anteprojeto-da-lgpd-penal-e-a-in-seguranca-publica-e-nao-persecucao--penal-09122020. Acesso em: 5 mar. 2025.
BEIGUELMAN, Giselle. O fim do virtual. Revista Select. São Paulo, ano, v. 1, p. 39-47, 2020.
BEIGUELMAN, Giselle. Políticas da imagem: vigilância e resistência na dadosfera. Ubu Editora, 2021.
BENTHAM, Jeremy [et. al.]. O panóptico. 2.ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2008.
BOTELLO, Nelson Arteaga. Regulación de la videovigilancia en Mexico. Gestión de la ciudadanía y acceso a la ciudad. Espiral, Guadalajara, vol. 23, nº 66, ago. 2016. Disponível em: https://bit.ly/2SxQBkJ. Acesso em: 16 jan. 2024.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Institui a Constituição Federal. Brasília, DF: Presidência da República. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: 19 mar. 2025.
CANOTILHO, José Joaquim Gomes; MOREIRA, Vital. Constituição da República Portuguesa Anotada Volume I. 4ª ed., Coimbra: Ed. Coimbra, 2007.
CARDOSO, Germano Bezerra. Análise econômica do direito, políticas públicas e consequências. Revista Jurídica da Presidência. 2015.
CARNEY, MATTHEW. Não deixar nenhum canto escuro. A China está a construir uma ditadura digital para exercer controlo sobre os seus 1,4 mil milhões de cidadãos. Para alguns, o "crédito social" trará privilégios - para outros, castigos. ABC News, Sidney, 17 set. 2018. Disponível em: https://www.abc.net.au/. Acesso em: 22 jan. 2025.
COUTINHO, D. R. O direito econômico e a construção institucional do desenvolvimento democrático. REI - Revista Estudos Institucionais, [S. l.], v. 2, n. 1, p. 214–262, 2016. Disponível em: https://www.estudosinstitucionais.com/REI/article/view/36. Acesso em: 4 abr. 2025.
CREEMERS, Rogier. China’s Social Credit System: an evolving practice of control. Ssrn Electronic Journal, p. 1-32, maio 2018. DOI: http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.3175792. Disponível em: https:// papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=3175792 Acesso em: 01 fev. 2025.
DELEUZE, Gilles. Foucault. São Paulo: Brasiliense, 2005.
FERREIRA, Cláudio; OLIVEIRA, Marcelo. Anteprojeto sobre uso de dados na segurança pública deve ficar pronto em novembro: Proposta será apresentada por grupo de trabalho criado na Câmara dos Deputados. Site Câmara dos Deputados, [Brasília, DF], 22 set. 2020. Disponível em: https://www.camara.leg.br/noticias/694562-anteprojeto-sobre-uso-de-dados-na-seguranca-publica-deve-ficar-pronto-em-novembro/. Acesso em: 5 mar. 2025.
GARAY, Vladimir. Mal de Ojo: Reconocimiento Facial em América Latina. Latin America in a Glimpse, [s.l.], [dez./2019]. Disponível em: https://bit.ly/2H2baQA. Acesso em: 4 mar. 2025.
GARRETT, Brandon L. Convicting the innocent. Where criminal prosecutions go wrong. Cambridge: Harvard University Press, 2011, p. 54-62.
HUERTAS MARTÍN, M. ISABEL. El Sujeto Pasivo del Proceso Penal como Objeto de la Prueba, p. 245-246. Em outra decisão (de 27 de fevereiro de 1996 – R. A. 1394), o STS espanhol considerou válidas como meio de prova as fitas de gravação (de câmeras instaladas em espaços públicos), estabelecendo que sua eficácia probatória se vincula às cautelas que foram tomadas para aquisição e conservação da imagem, uma vez que não estão isentas do risco de falsificação ou de descaracterização.
KHAN, Aziz et al. JASPAR 2018: update of the open-access database of transcription factor binding profiles and its web framework. Nucleic acids research, v. 46, n. D1, p. D260-D266, 2018.
LEIVAS, Paulo Gilberto Cogo. Princípios de direito e de justiça na distribuição de recursos escassos. Revista Bioética, v. 14, n. 1, p. 9-15, 2006.
LOVELUCK, Benjamin. Redes, Liberdades e Controle: Uma genealogia política da internet. Vozes, 2018.
MANN, Gideon; O’NEIL, Cathy. Hiring algorithms are not neutral. Harvard Business Review, v. 9, p. 2016, 2016.
MANZATO, W. J. J.; SOARES, M. N. .; CUGULA, J. R. G. Lei geral de proteção de dados e a importância da tutela dos direitos da personalidade nos contratos digitais. Boletim de Conjuntura (BOCA), Boa Vista, v. 18, n. 54, p. 621–646, 2024. Disponível em: https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/5124. Acesso em: 10 nov. 2024.
MANZATO, W. J. J.; SOARES, M. N.; CUGULA, J. R. G.; VIDOTO, L. F. de A. Assinaturas eletrônicas fora do ICP-Brasil no processo civil: impactos da decisão do STJ sobre o direito à identificação e a segurança jurídica. Cuadernos de Educación y Desarrollo, [S. l.], v. 17, n. 5, p. e8485, 2025. DOI: 10.55905/cuadv17n5-136. Disponível em: https://ojs.cuadernoseducacion.com/ojs/index.php/ced/article/view/8485. Acesso em: 6 jul. 2025.
MANZATO, Welington Junior Jorge et al. A proteção de dados geoespaciais na mediação digital e conciliação digital. Boletim de Conjuntura (BOCA), v. 13, n. 37, p. 332-348, 2023.
MANZATO, Welington Júnior Jorge; MORAES, Alender Max de Souza; CALIL, Mário Lúcio Garcez. A utilização de tecnologia como ampliação do acesso à justiça na proteção dos direitos da personalidade. Revista Brasileira de Direitos da Personalidade, RBDP, v. 1, n. 1, 2023.
MOROZOV, Evgeny. Big tech. Ubu Editora LTDA-ME, 2018.
NOVAIS, J.R. Direitos sociais: teoria jurídica dos direitos sociais enquanto direitos fundamentais. Coimbra: Coimbra Editora, 2010.
NUNES, Pablo. Uso de reconhecimento facial na segurança pública no Brasil. In: SEMINÁRIO PROTEÇÃO DE DADOS E OS IMPACTOS SOCIAIS, 2020, Rio de Janeiro. Anais [...]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=q7py8yePjQk&ab_channel=TVALERJ. Acesso em: 26 mar. 2025.
ROCHA, Camilo. O trabalho humano escondido atrás da inteligência artificial. Nexo, 18 jun. 2019. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2019/06/18/O-trabalho-humano--escondido-atr%C3%A1s-da-intelig%C3%AAncia-artificial. Acesso em: 17 jan. 2025.
SADIN, Éric. La vie algorithmique. Critique de la raison numérique. Échappée (L'), 2015.
SANTOS MAIA, A.; BATISTA CALADO FILHO, J.; FÉLIX FERREIRA, F. O controle judicial na discricionariedade administrativa. Cadernos de Ciências Sociais Aplicadas, [S. l.], v. 9, n. 13, 2013. Disponível em: https://periodicos2.uesb.br/index.php/ccsa/article/view/1985. Acesso em: 4 fev. 2025.
SANTOS, Jéssica Guedes. Reconhecimento facial entre a criminologia, a mídia e a LGPD penal. Internet & Sociedade, v. 2, n. 1, jun. 2021. p. 220.
SANTOS, Raquel Gitirana Torquato dos. A Lei Geral de Proteção de Dados Brasileira: Uma política pública regulatória. In: Coletânea de Pós-Gradução, pg. 9, v.5, n.1, Políticas Públicas do Tribunal de Contas da União. Agosto, 2020.
SÃO PAULO. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (37. Vara Cível). Ação Civil Pública nº 1090663-42.2018.8.26.0100. Relator: Juíza Patrícia Martins Conceição, 30 de agosto de 2018. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/processos/202658044/processo-n-1090663-4220188260100-do-tjsp Acesso em: 07 fev. 2025.
SARLET, INGO WOLFGANG; FIGUEIREDO, Mariana Filchtiner. Reserva do Possível, mínimo existencial e direito à saúde: algumas aproximações. In: SARLET, Ingo Wolfgang; TIMM, Luciano Benetti (Org.). Direitos Fundamentais: orçamento e “reserva do possível”. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2008. p. 28.
SOARES, M. N.; MANZATO, W. J. J.; CUGULA, J. R. G. Perspectivas do negócio processual civil no direito da personalidade: análise e reflexões no âmbito jurídico. Observatório De La Economía Latinoamericana, [S. l.], v. 22, n. 6, p. e5485, 2024. Disponível em: https://ojs.observatoriolatinoamericano.com/ojs/index.php/olel/article/view/5485. Acesso em: 10 fev. 2025.
SOARES, Marcelo Negri; MANZATO, Welington Júnior Jorge; NETO, Antônio José dos Reis. As políticas públicas e suas implicações legais e constitucionais sob a luz do direito constitucional. In: MANZATO, Welington Júnior Jorge (org.). Direito e Sociedade: uma abordagem multidisciplinar. Maringá: Uniedusul, 2025. cap. 1, p. 06-15. Disponível em: https://www.uniedusul.com.br/publicacao/direito-e-sociedade-uma-abordagem-multidisciplinar/. Acesso em: 12 mar. 2025.
TALHO RIBEIRO, L. Olhares vivos em olhos de vidro: a vigilância por meio de câmeras de monitoramento no bairro de botafogo. CSOnline - Revista Eletrônica De Ciências Sociais, [S. l.], n. 25, 2018. DOI: 10.34019/1981-2140.2017.17433. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/csonline/article/view/17433. Acesso em: 4 fev. 2025.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Ciências Sociais Aplicadas em Revista

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Aviso de Direito Autoral Creative Commons
Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, o que permite compartilhar, copiar, distribuir, exibir, reproduzir, a totalidade ou partes desde que não tenha objetivo comercial e sejam citados os autores e a fonte.