O FANDANGO CAIÇARA E O CONCEITO DE CARNAVALIZAÇÃO DE BAKHTIN
DOI:
https://doi.org/10.48075/ri.v20i2.23566Palavras-chave:
Fandango, Caiçara, Carnavalização, Cultura.Resumo
Até as últimas décadas do século XX, as comunidades caiçaras paranaenses e paulistas viviam basicamente da pesca e de produtos extraídos de pequenas plantações. Para a obtenção desses meios de sobrevivência, o trabalho era realizado por meio de mutirões, nos quais as pessoas participavam voluntariamente com sua força de trabalho. Como forma de reconhecimento pelo auxílio prestado, ao final das atividades, a família anfitriã oferecia uma festa, denominada de fandango. O objetivo principal deste artigo é refletir sobre a constituição do fandango enquanto festa popular e relacioná-lo à noção de carnavalização de Bakhtin (1987). Ao analisar o carnaval como festa popular na Idade Média e no Renascimento, Bakhtin argumenta que as relações hierárquicas existentes entre as pessoas em circunstâncias corriqueiras da vida social eram completamente abolidas durante os dias de festa, e assim, as pessoas experimentavam uma segunda vida. Entendemos que a noção de carnavalização poderia ser associada ao fandango caiçara. Então, realizamos uma pesquisa de análise documental, utilizando como corpus entrevistas constantes no livro Museu vivo do fandango (2006), em que membros das comunidades caiçaras expressam suas representações sobre, entre outras coisas, significados do fandango. Percebemos que, ao contrário do carnaval na Idade Média e no Renascimento, a festa do fandango não era momento de abolição de hierarquias, uma vez que as caiçaras dão pouca importância às hierarquias.Downloads
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