AS PAREDES FALAM: UMA ANÁLISE DO ESPAÇO FÍSICO ESCOLAR DURANTE O ESTÁGIO SUPERVISIONADO I DA QUÍMICA LICENCIATURA
DOI:
https://doi.org/10.48075/ReBECEM.2025.v.9.n.1.33743Palabras clave:
Disciplina, Arquitetura escolar, FoucaultResumen
Na formação inicial de professores, a observação do espaço escolar é fundamental, assim, este trabalho objetiva analisar, a partir das teorizações foucaultianas, o espaço físico do Colégio Estadual Presidente Castelo Branco (PREMEN), que foi o campo do estágio de observação durante a disciplina de Prática de Ensino e Estágio Supervisionado I de Química Licenciatura. Observamos, por meio de uma pesquisa de campo, as principais técnicas de disciplinamento elencadas por Foucault (2013): cerca, quadriculamento, localizações funcionais, filas e o horário. Outros artifícios de disciplinamento e autoridade se mostraram presentes, denotando o papel autoritário desde a criação do projeto escolar. Carregada de significâncias e intencionalidades do período moderno, a Escola possui papéis delineados e claros que evidenciam a necessidade de controle, de poder concentrado e de disciplinamento, todas essas ideias atreladas ao ambiente de aprisionamento. Vale pontuar, que este trabalho não objetiva desqualificar a instituição Escola, mas promover discussões em torno das estruturas escolares.
Descargas
Citas
ANDRADE, P. D.; COSTA, M. V. Nos rastros do conceito de pedagogias culturais: invenção, disseminação e usos. Educação em Revista, n. 33, 2017.
BAGDONAS, A.; AZEVEDO, H. L. O Projeto de Lei “Escola sem Partido” e o Ensino de Ciências. ALEXANDRIA: R. Educ. Ci. Tec., Florianópolis, v. 10, n. 2, p. 259-277, 2017.
BRASIL. Projeto Político Pedagógico. Colégio Estadual Presidente Castelo Branco, Toledo-Paraná, 2022.
BRIGHENTE, M. F.; MESQUIDA, P. Michel Foucault: corpos dóceis e disciplinados nas instituições escolares. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (EDUCERE), 10, 2011, Curitiba. Anais... Curitiba: PUCPR, 2011.
CARVALHO, A. M. P. Os Estágios nos Cursos de Licenciatura. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
CARVALHO, F. A.; POLIZEL, A. L.; MAIO, E. R. Uma escola sem partido: discursividade, currículos e movimentos sociais. Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina, v. 37, n. 2, p. 193-210, jul./dez. 2016.
FOUCAULT, M. Arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.
FOUCAULT, M. Vigiar e Punir: o nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 2013.
FOUCAULT, M. Microfísica do Poder. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2016.
FOUCAULT, M. A Ordem do Discurso: aula inaugural do Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. São Paulo: Editora Loyola, 2014.
HEINSFELD, B. D.; PISCHETOLA, M. Cultura digital e educação, uma leitura dos Estudos Culturais sobre os desafios da contemporaneidade. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, v. 12, n. esp. 2, p. 1349–1371, 2017.
KANT, I. Sobre a Pedagogia. Piracicaba: Unimep, 1999.
MENEZES, E. T. Verbete MEC/USAID. Dicionário Interativo da Educação Brasileira - EducaBrasil. São Paulo: Midiamix Editora, 2001. Disponível em https://www.educabrasil.com.br/mec-usaid/. Acessado em: jan. 2024.
MORAES, A. L.; VEIGA-NETO, A. Disciplina e Controle na Escola: do aluno dócil ao aluno flexível. In: COLÓQUIO LUSO-BRASILEIRO SOBRE QUESTÕES CURRICULARES, 4, 2008. Anais... Florianópolis: UFSC, 2008. p.1-18.
MOTTA, R. P. S. Modernizando a Repressão: a USAID e a polícia brasileira. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 30, ed. 59, p. 237-266, 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbh/a/wjJXsMbDd4tYt344xJss8sn/?lang=pt&format=pdf. Acessado em: fev. 2024.
SANTOS, M. S. B.; CARVALHO, F. A. A política do Movimento Escola sem Partido e seus impactos nos conteúdos de ciências e biologia na Educação Básica. Revista Brasileira De Educação Em Ciências e Educação Matemática (ReBECEM), v. 3, n. 3, p. 714-738, 2019.
STEINBERG, S. Kindercultura: a construção da infância pelas grandes corporações. In: SILVA, L. H.; AZEVEDO, J. C.; SANTOS, E. S. Identidade social e a construção do conhecimento. Porto Alegre: SMED, 1997, p. 98–145.
SIBILIA, P. Redes ou Paredes: A escola em tempos de dispersão. Editora: Contraponto, 2012.
SILVA, E. et al. A “ideologia de gênero” e a “Escola sem Partido”: Faces de uma mesma moeda em ações políticas conservadoras no Brasil e no Espírito Santo. Revista Inter Ação, Goiânia, v. 43, n. 3, p. 615-631, 2018.
SOUZA, A L. S. et al. A ideologia do movimento Escola sem Partido: 20 autores desmontam o discurso. São Paulo: Ação Educativa, 2016.
TORRES, P. Câmara aprova moção pelos 40 anos do Premen. [S. l.], 2018. Câmara Municipal de Toledo. Disponível em: https://www.toledo.pr.leg.br/assessoria-de-imprensa/noticias/camara-aprova-mocao-pelos-40-anos-do-premen. Acessado em: jan. 2024.
TOZONI-REIS, M. F. C. Metodologia da Pesquisa. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2009.
VEIGA-NETO, A. Espaços, tempos e disciplinas: as crianças ainda devem ir à escola? In: CANDAU, V. M. Linguagens, espaços e tempos no ensinar e aprender. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. p. 9–19.
VEIGA-NETO, A. Cultura, culturas e educação. Revista Brasileira de Educação, n. 23, p. 5–15, 2003.
VEIGA-NETO, A. Teoria e método em Michel Foucault (im)possibilidades. Cadernos de educação, n. 34, p. 83-94, 2009.
VEIGA-NETO, A. Foucault & a Educação. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2025 Lucas Eduardo Silva, David Pereira Faraum Junior

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, o que permite compartilhar, copiar, distribuir, exibir, reproduzir, a totalidade ou partes desde que não tenha objetivo comercial e sejam citados os autores e a fonte.