MANUAL DO TDAH E O DISCURSO SOBRE A INFÂNCIA
DOI:
https://doi.org/10.48075/rt.v18i44.29535Palavras-chave:
Discurso, Dito, Não dito, Infância, TranstornoResumo
Este artigo utiliza como método e teoria a Análise de Discurso de linha Francesa, apreciando elementos discursivos que produzem efeitos de sentido sobre o que é a infância. A questão teórica central é a relação entre dito e não dito, em condições de produção determinadas, produzindo efeito sobre um corpus que aponta saúde/transtorno no comportamento da criança. Trata-se de um recorte de dissertação, lançando mão para isso de 5 dos 18 critérios para Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade, do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (versão V). Para o estudo, foram utilizados textos de Pêcheux (1969, 1973), Orlandi (2002, 2013, 2015), Gadet e Hak (1997 [1969]) que possibilitaram imprimir a teoria sobre a materialidade discursiva escolhida. A materialidade das sequências discursivas ocupa o status que é atribuído ideologicamente à Medicina, pois ela é considerada como uma ciência de cuidados e muitas soluções de tratamentos específicos sejam medicamentosos ou não. Assim, este estudo analisa as relações extralinguísticas e, portanto, discursivas, para compreender o que o manual afirma sobre o comportamento infantil. Acredita-se que o material estudado neste trabalho representa parte de uma articulação pertinente para reflexão sobre a criança que se quer na atualidade, entendendo que esse objetivo pode ser alcançado por meio dos efeitos de sentido discursivos do manual sobre uma suposta “patologia”. É no entremeio do dito sobre o transtorno e do não dito sobre a normalidade que se obtém defesas de teses ancoradas sobre discursos que explicam e se colocam a solucionar o comportamento infantil.
Referências
DSM – V. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. 5 ed. American Psychiatric Association, Porto Alegre: Artmed, 2014.
GADET, Françoise; HAK, Tony. Por uma análise automática do discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux. Tradução: Bethânia S. Mariani et al. 3 ed. Campinas: Editora da Unicamp, 1997 [1969].
HENRY, Paul. Os fundamentos teóricos da “análise automática do discurso” de Michel Pêcheux (1969). In: GADET, Françoise; HAK, Tony. Por uma análise automática do discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux. Tradução: Bethânia S. Mariani et al. 2 ed. Campinas: Editora da Unicamp, 1993.
ORLANDI, Eni Puccinelli. Análise de Discurso: Michel Pêcheux. 4 ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2015
ORLANDI, Eni Puccinelli. Análise de Discurso: Princípios e Procedimentos. 11 ed. Campinas, SP: Pontes Editores, 2013.
ORLANDI, Eni Puccinelli. As formas do silêncio: No movimento dos sentidos. 5 ed. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2002.
PÊCHEUX, Michel; FUCHS, Catherine. A propósito da análise automática do discurso: atualização e perspectivas (1975). In: GADET, Françoise; HAK, Tony. Por uma análise automática do discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux. Tradução: Bethânia S. Mariani et al. 2 ed. Campinas: Editora da Unicamp, 1993.
PIAGET, Jean. A psicologia da inteligência. Tradução: Guilherme João de Freitas Teixeira. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.
SAMPAIO, Simaia; FREITAS, Ivana Braga de (Orgs.). Transtornos e dificuldades de aprendizagem: entendendo melhor os alunos com necessidades educativas especiais. 2 ed. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2014.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Aviso de Direito Autoral Creative Commons
Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, o que permite compartilhar, copiar, distribuir, exibir, reproduzir, a totalidade ou partes desde que não tenha objetivo comercial e sejam citados os autores e a fonte.