SOBRE AS REGRAS DA TRADUÇÃO NO SÉCULO XVII
HERANÇA JANSENISTA PARA O TRADUZIR
DOI:
https://doi.org/10.48075/rt.v18i45.30335Palavras-chave:
Historiografia da Tradução, Jansenismo, Regras de TraduçãoResumo
O presente artigo é uma pesquisa de Historiografia da Tradução que tem o objetivo de apresentar notas históricas sobre duas regras de tradução escritas no século XVII e algumas de suas relações. Trata-se de dois textos produzidos por jansenistas daquela época; Règles de la traduction françoise, de 1650, e Règles de la traduction ou moyens pour apprendre à traduire de latin en français tiré de quelques unes des meilleures traductions du temps, de 1660. A primeira, uma lista de onze regras de autoria de Antoine Lemaistre, apesar de ser publicada postumamente apenas no século XVIII, já circulava entre sábios e tradutores do Grand Siècle, principalmente entre os jansenistas de Port-Royal. A segunda, compostas de nove regras, foi elaborada e publicada por Gaspar de Tende. O primeiro autor era um tradutor do mosteiro, o segundo era um sábio laico, também tradutor. Ao se compreender o contexto cultural, em sua dimensão laica e religiosa, percebe-se que são obras de teor regulador comum ao período, mas guardando cada qual suas especificidades. no que diz respeito às suas diferenças, enquanto as regras de Antoine Lemaistre privilegiam a forma e o estilo do texto traduzido, as regras de Gaspar de Tende parecem voltadas às relações entre o texto original e o texto traduzido.
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