O pensar sobre decolonialidade, do ponto de vista da filha do colonizador, no “Caderno de Memórias Coloniais”, de Isabela Figueiredo
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DOI:
https://doi.org/10.48075/rt.v19i1.35068Palavras-chave:
Memórias coloniais, Decolonialidade, Processo de dominação, ObjetificacãoResumo
A obra Caderno de memórias coloniais (2019), da autora moçambicana Isabela Figueiredo, tema deste estudo, é um texto autobiográfico denso, e que apresenta certa dualidade, por parte da autora, em relação ao processo de colonização das colônias portuguesas e à noção de decolonialidade sobre a qual autores da atualidade têm dado ênfase e têm suscitado diversas abordagens. Apresentamos essa discussão, embasados em Adichie (2009); Lejeune (2009); Lerner (2019); Stevens (2014); Mignolo (2017); De Marco (2024) e Bento (2022), e tecemos uma abordagem sob a perspectiva da voz autoral autobiográfica de Isabela Figueiredo que apresenta, a partir de duas fases distintas de sua vida (em Moçambique e em Portugal), sua visão sobre o processo de dominação imposto pelos escravagistas, bem como a objetificação dos sujeitos negros, principalmente as mulheres, e a naturalidade com que os europeus se autoinstituíam superiores a eles. É uma narrativa que ora tem traços da decolonialidade, e ora, influenciada pelos conceitos eurocêntricos do pai, a autora tende a defender as atitudes dele, causando dúvidas sobre seu posicionamento ideológico. Nosso objetivo é fomentar discussões sobre o viés único da História do povo africano escravizado, mostrado pelo ponto de vista do colonizador, e apresentar o lado do oprimido, do subjugado, objetificado, cuja força de trabalho propiciou bem-estar e prestígio social ao algoz.
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Referências
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