A dialogicidade bahktiniana em carta do leitor em réplica à reportagem: o movimento interacionista de interlocução de uma mídia autocontrolada e autocensurada
Palavras-chave:
Interação, autocontrole, autocensura, carta do leitorResumo
Revistas de circulação nacional constituem aparentemente um amplo e democrático palco da manifestação de distintos gêneros textuais em um mesmo veículo periódico de comunicação. A carta do leitor, então, sendo um dos gêneros publicados semanalmente pela Revista Carta Capital, serve para análise de processos de interlocução explícitos e implícitos no texto. Temos como objetivo responder a duas questões: quais movimentos semânticos, morfológicos, sintáticos são materializados no processo de produção da Carta do Leitor pelo leitor ao estabelecer ou promover interlocução sem a censura e do processo de edição? E a quem o leitor (autor da Carta do Leitor) dirige sua interlocução, visto que o gênero em questão será lido primeiramente pelo editor da revista para que, após alterações necessárias, seja publicada e lida pelos leitores? Será analisada a dinâmica interativa e dialógica entre autor (revista)/ leitor (autor da carta do leitor)/ leitor universal (consumidores da revista Carta Capital). À análise a que nos propomos, precisamos considerar o texto como a materialização de gêneros discursivos em uso em diferentes esferas sociais, com função social de comunicação e interlocução determinadas, e inseridas em um processo histórico e político que interferem precipuamente na autorização daquilo que deve ou não ser publicado. O controle do que pode ou não pode ser veiculado denota uma censura velada em um processo de interação dialógica. Para isso, recorremos ao aporte teórico apresentado por Mikhail Bahktin o qual conceitua a linguagem como processo de interação.
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