Discursos na história, discursos sobre a história: uma reflexão sobre “O Grande Ditador” e “Monsieur Verdoux”
Palavras-chave:
Arte e Comunicação, Cinema, HistóriaResumo
Neste artigo, é realizada uma reflexão sobre a relação entre o ator/diretor Charles Chaplin e a história. Esta reflexão ocorre através da discussão de dois filmes do cineasta: O Grande Ditador (The Great Dictator), de 1940, e Monsieur Verdoux (idem), de 1947. Na discussão, são destacados dois elementos. Primeiramente, os personagens principais interpretados por Chaplin: Hynkel, de O Grande Ditador, um dos dois personagens interpretados pelo ator no filme, ao lado do barbeiro judeu; e Verdoux, de Monsieur Verdoux. Em segundo lugar, é dado destaque aos discursos que são ditos no final das duas obras, que indicam momentos em que os personagens se expressam e se posicionam a respeito dos seus tempos e em que indicam possibilidades de novos tempos (ou a falta delas): o primeiro, pelo barbeiro judeu (ou Charles Chaplin), e o segundo, por Verdoux. Cada discurso é abordado, inicialmente, em suas características e especificidades, principalmente a relação de Chaplin com os seus tempos. Além disso, os discursos também são comparados, com objetivo de observar como a visão e o posicionamento do diretor podem ter mudado na passagem entre um filme e outro. Para esta reflexão, são trazidos, principalmente, textos que auxiliam a observar a relação entre Charles Chaplin e a história, principalmente leituras sobre a obra do cineasta, entre os quais se destacam críticas, análises e reflexões sobre O Grande Ditador e Monsieur Verdoux. Além dessas obras, são trazidas outras de variados campos do conhecimento, que também contribuem para a discussão (história, sociologia, política, tradução).
Downloads
Referências
AGEE, James. Monsieur Verdoux. In: SCHICKEL, R. (org.) The essential Chaplin: perspectives on the life and art of the great comedian. Chicago: Ivan R. Dee, 2006, p. 239-250.
ANDRADE, Fábio. Verdoux está vivo. In: CICACINI, R.; ARAÚJO, M (Org.). Chaplin, retrospectiva integral: catálogo. Belo Horizonte: Fundação Clovis Salgado, 2012, p. 109-112.
BAZIN, André. O mito de Monsieur Verdoux. In: Charlie Chaplin. Tradução de André Telles. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, [1948] 2006, p. 35-60.
______, André. Pastiche e postiço, ou o nada por um bigode. In: Charlie Chaplin. Tradução de André Telles. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2006, p. 27-31.
BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era da sua reprodutibilidade técnica. Tradução de Marijane Lisboa. In: CAPISTRANO, T. (org.). Benjamin e a obra de arte: técnica, imagem, percepção. Rio de Janeiro: Contraponto, 2015, p. 11-42.
BURKE, Peter. História dos acontecimentos e o renascimento da narrativa. Tradução de Magda Lopes. In: BURKE, P. (org.). A escrita da história: novas perspectivas. São Paulo: Unesp, 1992, p. 327-348.
CHAPLIN, Charles. Minha vida. Tradução de Rachel de Queiroz, R. Magalhães Júnior e Genolino Amado. 16. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2012.
CLICK, Benjamin. Chaplin’s sound statement on silence: The Great Dictator as rhetorical encomium. In: HOWE, L; CARON; J. E.; CLICK, B. (org.). Refocusing Chaplin: a screen icon through critical lenses. Lanham: The Scarecrow Press, 2013, p. 187-211.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Tradução de Raquel Ramalhete. 42. ed. Petrópolis: Vozes, 2014.
GROSOLI, Marco. The paradox of the “dictator”: mimesis, the logic of paradox, and the reinstatement of catharsis in The Great Dictator, Monsieur Verdoux, and Limelight. In: HOWE, L; CARON; J. E.; CLICK, B. (org.). Refocusing Chaplin: a screen icon through critical lenses. Lanham: The Scarecrow Press, 2013, p. 141-161.
HUNT, Lynn. A invenção dos direitos humanos: uma história. Tradução de Rosaura Eichenberg. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
MACHADO, Arlindo. Máquina e imaginário: o desafio das poéticas tecnológicas. São Paulo: Edusp, 1993.
MITCHELL, Glenn. The Great Dictator. In: The Chaplin Encyclopedia. Londres: B. T. Batsford, 1997, p. 116-123.
ORWELL, George. O grande ditador. Tradução de Paulo Geiger. In: O que é fascismo e outros ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, [1940] 2017, p. 36-40.
PHILIPPON, Alain. Le dictateur. In: MAGNY, J. (org.). Chaplin aujourd’hui. Paris : Cahiers du cinéma, 2003, p. 243-245.
ROBINSON, David. Chaplin: Uma biografia definitiva. Tradução de Andrea Mariz. Osasco: Novo Século Editora, 2011.
RÖSELE, Ursula. O Grande Ditador: Chaplin, Carlitos, Hynkel e Hitler. In: CICACINI, R.; ARAÚJO, M (Org.). Chaplin, retrospectiva integral: catálogo. Belo Horizonte: Fundação Clovis Salgado, 2012, p. 103-107.
SABADIN, Celso. Vocês não ouviram nada: A barulhenta história do cinema mudo. 3. ed. São Paulo: Summus, 2009.
SANCHES, Everton Luís. Charles Chaplin: Confrontos e Intersecções com seu tempo. Jundiaí: Paco Editorial, 2012.
MONSIEUR VERDOUX. Direção e produção: Charles Chaplin. Los Angeles: United Artists, 1947. DVD (119 min). Coleção Folha Charles Chaplin (Vol. 12). Distribuído por Versátil Home Vídeo, 2012. P&B. Título original: Monsieur Verdoux.
O GRANDE DITADOR. Direção e produção: Charles Chaplin. Los Angeles: United Artists, 1940. DVD (120 min). Coleção Folha Charles Chaplin (Vol. 1). Distribuído por Versátil Home Vídeo, 2012. P&B. Título original: The Great Dictator.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Aviso de Direito Autoral Creative Commons
Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, o que permite compartilhar, copiar, distribuir, exibir, reproduzir, a totalidade ou partes desde que não tenha objetivo comercial e sejam citados os autores e a fonte.