O filme Nome Próprio, de Murilo Salles: A pós-modernidade e a confluência entre internet, literatura e cinema
Palavras-chave:
Pós-modernidade, Cinema, Hibridismo.Resumo
As confluências entre o cinema e a literatura tem despertado cada vez mais a hibridização destas duas formas de arte que, uma vez unidas, conseguem potencializar suas significações e interpretações. O filme a ser analisado é uma adaptação inspirada no romance Máquina de Pinball, de Clarah Averbuck, publicado em 2002. A obra nasceu das reflexões advindas do blog da mesma autora e culminou finalmente no cinema com Nome Próprio(2007). Sob a direção de Murilo Salles, é um exemplo de que o cinema tem se aproximado cada vez mais do universo da escrita e vice versa. O longa metragem apresenta a personagem Camila, blogueira, subversiva e com viés existencialista, a jovem enfrenta diversas angústias e conflitos psicológicos mesclados com sua necessidade compulsiva por escrita e leitura. Obstinada por escrever um livro e, por conseguinte, tecer a vida, a protagonista é a representação daquele que escreve esperando que a sua literatura transforme a própria história. No livro, Camila é um alter ego da própria autora e apresenta características potencializadas na adaptação para o cinema. Este artigo visa elencar elementos híbridos presentes nas obras, suas intersecções, distanciamentos e analisar a forma como o texto escrito foi reinventado na construção fílmica tendo como parâmetro sua peça principal, Camila. Para tanto, serão consultadas a bibliografia que sustenta a teoria da condição pós-moderna de Bauman, do existencialismo de Sartre e as ligações entre cinema e literatura presentes na adaptação além das considerações advindas da era cibernética.
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Referências
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