Literatura líquida: a narração em ambiente digital

Autores

Agências de fomento

Palavras-chave:

Literatura eletrônica, mídias digitais, cibercultura, modernidade líquida.

Resumo

Zygmunt Bauman, em sua vasta obra sociológica sobre a pós-modernidade, adotou o termo ‘liquidez’ para definir nossa atual condição sociocultural, marcada pela falta de solidez e de durabilidade, como os líquidos, que são incapazes de reter sua forma por muito tempo. Deslocando essa discussão para o campo literário, podemos afirmar que a narrativa em ambiente digital vem assumindo formas fluidas, como consequência da natureza da web, que subverte os paradigmas de produção, circulação e recepção dos textos. Antes, porém, de passar à reflexão sobre a liquefação da literatura nos mares da Web, tratarei dos conceitos de ciberespaço e de cibercultura, ecossistema e habitat das novas práticas sociais e artísticas baseadas nas técnicas digitais, a partir do já clássico Cibercultura, de Pierre Lévy. Em seguida, valendo-me das considerações do sociólogo polonês e dos estudos sobre os novos horizontes para o literário no ciberespaço realizados pela crítica literária Katherine Hayles, e da Professora de Literatura Inglesa em Harvard, Janet Murray, discutirei as mudanças provocadas pela interatividade na antiga tradição humana de contar histórias e o desenvolvimento dessa nova forma de literatura, explorada ainda por poucos autores e desconhecida de grande parte da academia.

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Biografia do Autor

Eliane Hatherly Paz

Doutora e Mestre em Letras, ambos pela PUC-Rio. Graduada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo (PUC-Rio), pós-graduada em Docência do Ensino Superior (UNESA) e em Assessoria de Comunicação (UniverCidade). Possui especialização em Book Publishing - Formação Executiva na Indústria do Livro (FGV-RJ) e em Book Publishing (NYU). Bolsista Capes PDEE entre maio e setembro de 2011 (École des Hautes Études en Sciences Sociales/EHESS - Paris/França). Integrou a equipe de pesquisadores da Cátedra UNESCO de Leitura PUC-Rio de Março de 2007 a Março de 2012. Coordenadora e Professora das pós-graduações lato sensu "A Produção do livro: do autor ao leitor" e "Leitura: teoria e práticas" na CCE/PUC-Rio (2006-2007; 2009-2011). Atuou como Professora-Tutora no curso de Capacitação em EAD da CEAD/UNIRIO, de 2011 a 2013 (Bolsista Capes). Pesquisa principalmente os seguintes temas: história, produção e mercado editorial; história da leitura; novas tecnologias da informação e comunicação.

Referências

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Tradução de Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.

BORGES, Jorge Luis. Ficções. Tradução de Carlos Nejar. 8. ed. São Paulo: Globo, 1999.

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HAYLES, N. Katherine. Literatura eletrônica: novos horizontes para o literário. Tradução de Luciana Lhullier e Ricardo Moura Buchweitz. São Paulo: Global: Fundação Universidade de Passo Fundo, 2009.

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SANTAELLA, Lucia. Linguagens líquidas na era da mobilidade. São Paulo: Paulus, 2007.

TESTER, K. Bauman sobre Bauman: diálogos com Keith Tester. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.

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Publicado

07-12-2017

Como Citar

PAZ, E. H. Literatura líquida: a narração em ambiente digital. Travessias, Cascavel, v. 11, n. 3, p. e18165, 2017. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/18165. Acesso em: 16 abr. 2024.

Edição

Seção

[DT] LITERATURA E MULTIMEIOS