A imagem da morte em As intermitências da morte, de José Saramago: o jogo do simbólico e do imaginário

Autores

  • Diana Milena Heck UNIOESTE
Agências de fomento

Palavras-chave:

Materialismo Lacaniano, Morte, José Saramago.

Resumo

O tema da morte pode ser problematizado de inúmeras maneiras. Praticamente toda literatura aborda o tema, seja de maneira direta ou indireta, real ou metafórica. José Saramago trabalha com a morte de modo singular no romance As intermitências da morte (2005), pois ela aparece não só como evento biológico, mas também humanizada, sendo personagem da narrativa. A morte, portanto, ocupa o espaço de protagonista da obra. Saramago possibilita reflexões sobre a vida com e sem a morte. Mesmo que viver sem morte seja o ideal que a humanidade busca, o autor trabalha com os efeitos negativos de tal acontecimento e o retrato dessas duas dimensões torna a história ficcional um exemplo de como seria a vida sem a morte para o mundo real. Como o autor transforma o aspecto da morte na narrativa, acaba trabalhando com diferentes imagens da mesma, trazendo a perspectiva conhecida, da morte como um esqueleto, temida pela humanidade e, ao mesmo tempo, humanizando-a. Nesse sentido, busca-se, com este trabalho, demonstrar como a imagem da morte se modifica ao longo da narrativa a partir das três fases que assume: fase natural, burocrática e humanizada, analisando principalmente como os planos do Simbólico e do Imaginário se transformam. Para tanto, o principal referencial teórico utilizado será o de Slavoj Žižek, que, além de reler os conceitos da tríade lacaniana (Real – Simbólico – Imaginário), possibilita outras leituras e interpretações do tema central no romance saramaguiano.

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Biografia do Autor

Diana Milena Heck, UNIOESTE

Doutoranda em Literatura Comparada (UNIOESTE); Mestra em Estudos Literários (UEM); Especialista em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira (FAG); Graduada em Letras Português/Espanhol (UNIOESTE).

Professora Colaboradora do curso de Letras (UNIOESTE/MCR) com  atuação nas áreas de Língua e Literaturas de Língua Espanhola. 

Referências

ARIÈS, Philippe. História da Morte no Ocidente. Trad. Priscila Viana de Siqueira. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.

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ŽIŽEK, Slavoj. O ano em que sonhamos perigosamente. Trad. Rogério Bettoni. São Paulo: Boitempo, 2012.

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Publicado

29-08-2018

Como Citar

HECK, D. M. A imagem da morte em As intermitências da morte, de José Saramago: o jogo do simbólico e do imaginário. Travessias, Cascavel, v. 12, n. 2, p. e20049, 2018. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/20049. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

[DT] AS RESSONÂNCIAS DO PENSAMENTO DE ZIZEK PARA CULTURA E LITERATURA