A imagem da morte em As intermitências da morte, de José Saramago: o jogo do simbólico e do imaginário
Palavras-chave:
Materialismo Lacaniano, Morte, José Saramago.Resumo
O tema da morte pode ser problematizado de inúmeras maneiras. Praticamente toda literatura aborda o tema, seja de maneira direta ou indireta, real ou metafórica. José Saramago trabalha com a morte de modo singular no romance As intermitências da morte (2005), pois ela aparece não só como evento biológico, mas também humanizada, sendo personagem da narrativa. A morte, portanto, ocupa o espaço de protagonista da obra. Saramago possibilita reflexões sobre a vida com e sem a morte. Mesmo que viver sem morte seja o ideal que a humanidade busca, o autor trabalha com os efeitos negativos de tal acontecimento e o retrato dessas duas dimensões torna a história ficcional um exemplo de como seria a vida sem a morte para o mundo real. Como o autor transforma o aspecto da morte na narrativa, acaba trabalhando com diferentes imagens da mesma, trazendo a perspectiva conhecida, da morte como um esqueleto, temida pela humanidade e, ao mesmo tempo, humanizando-a. Nesse sentido, busca-se, com este trabalho, demonstrar como a imagem da morte se modifica ao longo da narrativa a partir das três fases que assume: fase natural, burocrática e humanizada, analisando principalmente como os planos do Simbólico e do Imaginário se transformam. Para tanto, o principal referencial teórico utilizado será o de Slavoj Žižek, que, além de reler os conceitos da tríade lacaniana (Real – Simbólico – Imaginário), possibilita outras leituras e interpretações do tema central no romance saramaguiano.Downloads
Referências
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