Da mitificação coletiva: a visão do inferno no imaginário literário popular
Palavras-chave:
Memória, Imaginário mítico, Narrador, Eu-lírico.Resumo
Muito tem se falado e pesquisado sobre a importância da memória para o estudo crítico da Literatura. Desde a memória individual, autobiográfica até as consolidações de fenômenos propostos pela memória coletiva como é o caso de um mito, que perpassa de geração em geração, recebendo atualizações. Este trabalho tem como objetivo fazer um estudo comparado entre duas obras de gêneros distintos: o conto O inferno de Graciliano Ramos e o cordel A chegada de Lampião no inferno de José Pacheco. A proposta é analisar de que forma o narrador e o eu-lírico, respectivamente, constroem a imagem do espaço do inferno. Com uma das principais vertentes sendo o imaginário popular e, mais especificamente, o imaginário cristão. Partindo da premissa da memória individual traçada no conto de Graciliano e chegando às considerações coletivas transmitidas e perpetuadas pelos cordelistas. Sob a ótica de teóricos como Maurice Halbwachs, que contribui de forma elucidativa com o advento da memória coletiva; Luis Alberto Brandão, que enfoca a expansão do espaço literário; as contribuições de Carlos Alberto Nogueira e João Libânio, que fazem uma investigação histórica acerca do imaginário cristão, pretendemos entender que o imaginário é construído, propagado e re(inventado) levando em conta os aspectos culturais e morais de determinado grupo social, bem como da persistência de alguns mitos até os dias de hoje. Para tanto, ainda contamos com a teoria de Antonio Candido sobre Literatura e sociedade.
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Referências
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