Ex-pajé: cultura do povo indígena Paiter Suruí ameaçada e a memória como resistência
DOI:
https://doi.org/10.48075/rt.v14i2.23662Palavras-chave:
Luiz Bolognesi, Paiter Suruí, Doutrinação evangélica, Etnocídio.Resumo
Esta resenha apresenta o documentário-ficção Ex-Pajé (2018), dirigido pelo cineasta Luiz Bolognesi, que aborda a história recente do povo indígena Paiter Suruí, situado na fronteira entre os estados de Mato Grosso e Rondônia (Brasil). A narrativa se desenvolve sob o ponto de vista de Perpera Suruí, antigo pajé que foi destituído da função depois que a religião evangélica impactou as crenças tradicionais dos Paiter Suruí. Por meio de um trabalho de memória e de encenações realizadas pelo ex-pajé, amigos e familiares, o referido documentário mostra os impactos que a indústria madeireira, o agronegócio, e a doutrinação evangélica vêm causando entre os Paiter Suruí desde o primeiro contato com os brancos, em 1969, até os dias atuais. O foco se concentra, sobretudo, nos impactos culturais causados nesse povo pelos brancos, que vão desde a demonização de suas práticas religiosas até a busca em apagar sua tradição e memória, transmitidas, oralmente, no convívio entre as gerações. Em uma primeira compreensão visual, Ex-Pajé pode levar o espectador a entender que no contexto retratado o que sobra são restos, resíduos da cultura e da memória dos Paiter Suruí. Contudo, tal narrativa também pode ser analisada sob a ótica da resistência, verificável, entre outros indícios, no trabalho de memória pelos Paiter Suruí e na criação de suas encenações, que se tornam uma forma de denúncia.
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Referências
EX-PAJÉ. Direção de Luiz Bolognesi. S.l.: Gullane, 2018. (81 min.), son., color. Legendado.
BOSI, Ecléa. Memória e Sociedade: lembranças de velhos. 15. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
RICOEUR, Paul. A memória, a história, o esquecimento. Tradução: Alain François et al. Campinas: UNICAMP, 2007.
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