Uma leitura alegórica do filme Paisagem na neblina, dirigido por Theo Angelopoulos
DOI:
https://doi.org/10.48075/rt.v15i2.27772Palavras-chave:
Angelopoulos, Paisagem na neblina, Odisseia, alegoria.Resumo
O texto analisa a obra fílmica Paisagem na neblina (1988), de Theo Angelopoulos. A leitura está dividida em quatro momentos: o primeiro é consagrado à leitura da Odisseia, mais especificamente, à “Telemaquia”, pois os quatro primeiros cantos desta epopeia, supostamente, inauguram um lócus na literatura ocidental: a viagem em busca do pai, que ecoa fortemente na narrativa fílmica de Angelopoulos. Em seguida, visitamos os conceitos de Vaterland (pátria) e Heimat (terra natal) a fim de explorarmos a relação entre a origem genealógica e a identidade de Telêmaco. No terceiro momento, desenvolvemos o conceito de alegoria, segundo Walter Benjamin (2013), o qual fundamenta nossa interpretação. Por fim, propomos nossa leitura do filme, amparada pelos comentários precisos de David Bordwell (2008) e Andrew Horton (1997). Com isso, objetivamos mostrar como a identidade do homem moderno ligada à pátria ou à terra natal não é assim mais tão clara para a filosofia, como era na Odisseia, e nem para o “cinema do pós-guerra”, nas palavras de Bordwell (2008), ambos tencionam a relação entre origem genealógica, enraizamento, pátria e identidade.Downloads
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