Pedra da memória - corporalidades em confluências transatlânticas
DOI:
https://doi.org/10.48075/rt.v15i2.27780Palavras-chave:
Intermidialidade, cinema, documentário, cultura.Resumo
Este artigo propõe-se a realizar uma análise do documentário Pedra da Memória (2011), de Renata Amaral, utilizando proposições que observem as diferentes linguagens e diálogos culturais sintetizados na obra. Neste trabalho, transpomos nosso olhar ao viés intermidiático desta leitura fílmica. As narrativas presentes no filme são observadas enquanto formas de se visibilizar os trânsitos de uma memória corpo-ancestral que embarcou forçosamente em África, e que foram e são reproduzidas e mantidas nas casas de religião afro-brasileira em todo território nacional. Nesta oportunidade, conduzimos aproximações e conexões a partir da possibilidade e potencialidade que emerge dentro da construção artística fílmica, que expressa uma tendência e necessidade em convergir linguagens, como meio de aproximar e reformular narrativas históricas. Observam-se nesta leitura duas dimensões intermidiáticas da obra fílmica: uma que se direciona a pensar o uso de sobreposições de imagens, realizada através de uma combinação de mídias, e outra que se dedica a pensar o corpo como um veículo intermidiático, marcado pela perspectiva e pelo elo ancestral. Para realizar tal leitura, nos utilizamos, fundamentalmente, dos referenciais teóricos cunhados pela pesquisadora Irina Rajewsky (2005), no que tange à intermidialidade, e da historiadora brasileira Beatriz Nascimento (1989), no tocante à corporeidade afro-brasileira enquanto um veículo ancestral que comunica saberes.
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