Movimentos sociais e enfrentamento à crise ambiental no século XXI: Considerações sobre a intersecção entre ambientalismo e combate às desigualdades sociais a partir de dois casos
DOI:
https://doi.org/10.48075/amb.v7i1.33177Resumo
A crise ambiental vivida no século XXI, perpassada pelas desigualdades na forma como é vivida, dá espaço à junção entre lutas ambientais e combate às desigualdades sociais. Neste artigo, propõe-se como objetivo geral compreender as intersecções entre os temas ambientalistas e as lutas contra as desigualdades territoriais, de raça e classe, em termos teóricos e na prática de dois movimentos sociais ligados a pautas alimentares, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e o Slow Food Brasil. A pesquisa foi feita com revisão bibliográfica, análise documental e entrevistas com membros do segundo movimento. Percebeu-se que o MST, com quatro décadas de existência, ambientalizou-se ao longo do tempo, ao incorporar a agroecologia à luta de classes, e aproximou-se assim de saberes camponeses. O Slow Food Brasil já foi fundado, na Itália, com preocupações ambientais em seus temas, mas no período em que chegou ao Brasil, incorporou mais intensamente preocupações com a igualdade social e aproximou-se de lutas de classe e pautas decoloniais. Ambos os processos confirmam o ganho em potência ao se pensar a questão ambiental junto com a da igualdade social, sob uma perspectiva decolonial.
Palavras-chave: Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra; Slow Food Brasil; Lutas ambientais; Ativismo alimentar; Luta de classes.
Social movements and confronting the environmental crisis in the 21st century: Considerations on the intersection between environmentalism and the struggle against social inequalities based on two cases
Abstract
The environmental crisis experienced in the 21st century, permeated by inequalities in the way it is experienced, gives space to the junction between environmental struggles and the fight against social inequalities. In this paper, the main objective is to understand the intersections between environmentalist themes and the struggles against territorial, race and class inequalities, in theoretical terms and with empirically with help of the practice of two social movements involved with food issues, the Landless Rural Workers Movement (MST) and Slow Food Brasil. The research was carried out with a bibliographical review, documentary analysis and interviews with members of the second movement. It was noticed that the MST, with four decades of existence, environmentalized itself over time, by incorporating agroecology into the class struggle, and thus became closer to peasant knowledge. Slow Food Brazil was founded in Italy with environmental concerns in its themes, but in the period in which it arrived in Brazil, it more intensely incorporated concerns with social equality and became closer to class struggles and decolonial agendas. Both processes confirm the potential gain when thinking about the environmental issue together with that of social equality, from a decolonial perspective.
Keywords: Landless Rural Workers Movement; Slow Food Brazil; Environmental struggles; Food activism; Class struggle.
Los movimientos sociales y el enfrentamiento a la crisis ambiental en el siglo XXI: Consideraciones sobre la intersección entre ambientalismo y el combate a las desigualdades sociales a partir de dos casos
Resumen
La crisis ambiental vivida en el siglo XXI, permeada por desigualdades en la forma de vivirla, da espacio al cruce entre las luchas ambientales y la lucha contra las desigualdades sociales. En este artículo, el objetivo general es comprender las intersecciones entre la temática ambientalista y las luchas contra las desigualdades territoriales, raciales y de clase, en términos teóricos y en la práctica de dos movimientos sociales vinculados a la problemática alimentaria, el Movimiento de Trabajadores Rurales.Sin-Tierra (MST) y Slow Food Brasil. La investigación se realizó con una revisión bibliográfica, análisis documental y entrevistas a integrantes del segundo movimiento. Se observó que el MST, con cuatro décadas de existencia, se ambientalizó con el tiempo, al incorporar la agroecología a la lucha de clases, y así se acercó al saber campesino. Slow Food Brasil fue fundado en Italia con preocupaciones ambientales en sus temas, pero en el período en que llegó a Brasil incorporó más intensamente preocupaciones por la igualdad social y se acercó a las luchas de clases y a las agendas decoloniales. Ambos procesos confirman la ganancia potencial de pensar la cuestión ambiental junto con la de igualdad social, desde una perspectiva descolonial.
Palabras clave: Movimiento de Trabajadores Rurales Sin Tierra; Slow Food Brasil; Luchas ambientales; Activismo alimentario; Lucha de clases.
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