Capitalismo e as políticas de resignação

Autores

  • Peter Benson
  • Stuart Kirsch

DOI:

https://doi.org/10.48075/amb.v7i1.35632

Resumo

Desde a década de 1990, antropólogos têm dedicado mais atenção ao Estado e à governamentalidade do que a uma das formas de poder mais influentes de nosso tempo: a corporação. A desatenção ao papel das corporações revela-se particularmente problemática quando os danos que elas provocam são eviden­tes e significativos. Propomos uma reorientação do estudo do poder na antropologia, com foco nas es­tratégias que as corporações utilizam em resposta aos seus críticos e em como essas estratégias facilitam a perpetuação do dano. Identificamos três fases principais da resposta corporativa à crítica: negação, reconhecimento e acomodações simbólicas e engajamento estratégico. Por meio de estudos de caso das indústrias do tabaco e da mineração, mostramos como as respostas corporativas aos seus críticos prote­gem esses setores de uma possível deslegitimação e permitem que continuem operando em ambientes regulatórios favoráveis. Por fim, relacionamos essas estratégias corporativas a sentimentos generaliza­dos de descontentamento com o presente e à percepção de impotência diante da possibilidade de mudar o futuro. Embora as corporações normalmente se beneficiem da política da resignação, argumentamos que a insatisfação generalizada com as práticas corporativas representa um ponto de partida importante para a mudança social.

Palavras-chave: Corporação; Poder; Subjetividade.

 

Capitalism and the politics of resignation

Abstract

Anthropologists since the 1990s have paid greater attention to the state and governmentality than to one of the most consequential forms of power in our time, the corporation. The lack of attention to corporations is especially problematic when the harm they cause is readily apparent and substantial. We propose to reorient the study of power in anthropology to focus on the strategies corporations use in response to their critics and how this facilitates the perpetuation of harm. We identify three main phases of corporate response to critique: denial, acknowledgement and token accommodation, and strategic engagement. In case studies of the tobacco and mining industries, we show how corporate responses to their critics protect these industries from potential delegitimization and allow them to continue operating in favorable regulatory environments. Finally, we connect these corporate strategies to pervasive feelings of discontent about the present and the perceived inability to change the future. Although corporations usually benefit from the politics of resignation, we argue that widespread dissatisfaction with corporate practices represents an important starting point for social change.

Keywords: Corporation; Power; Subjectivity.

 

Capitalismo y las políticas de resignación

Resumen

Desde la década de 1990, los antropólogos han prestado más atención al Estado y la gubernamentalidad que a una de las formas de poder más influyentes de nuestro tiempo: la empresa. La falta de atención a las empresas es especialmente problemática cuando el daño que causan es evidente y sustancial. Propo­nemos reorientar el estudio del poder en la antropología para centrarse en las estrategias que utilizan las empresas en respuesta a sus críticos y cómo esto facilita la perpetuación del daño. Identificamos tres fases principales de la respuesta corporativa a las críticas: negación, reconocimiento y acomodación sim­bólica, y compromiso estratégico. En estudios de caso de las industrias tabacalera y minera, mostramos cómo las respuestas corporativas a sus críticos protegen a estas industrias de una posible deslegitimación y les permiten seguir operando en entornos normativos favorables. Por último, relacionamos estas estra­tegias corporativas con los sentimientos generalizados de descontento sobre el presente y la percepción de la imposibilidad de cambiar el futuro. Aunque las empresas suelen beneficiarse de las políticas de re­signación, sostenemos que el descontento generalizado con las prácticas corporativas representa un im­portante punto de partida para el cambio social.

Palabras clave: Corporacíon; Poder; Subjetividad.

Downloads

Publicado

10-07-2025

Como Citar

BENSON , P.; KIRSCH, S. Capitalismo e as políticas de resignação. AMBIENTES: Revista de Geografia e Ecologia Política, [S. l.], v. 7, n. 1, 2025. DOI: 10.48075/amb.v7i1.35632. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/ambientes/article/view/35632. Acesso em: 18 jul. 2025.

Edição

Seção

Artigos