Participação esportiva e níveis de ansiedade, estado e traço em adolescentes
DOI:
https://doi.org/10.36453/cefe.2025.35234Palavras-chave:
Adolescente, Ansiedade, EsporteResumo
INTRODUÇÃO: A prática esportiva contribui significativamente para a saúde, promovendo o bem-estar físico e mental. Entretanto, ainda se conhece pouco sobre os níveis de ansiedade entre adolescentes envolvidos ou não em práticas esportivas.
OBJETIVO: O objetivo desse trabalho foi avaliar os níveis de ansiedade, estado e traço, em adolescentes, comparando os resultados entre praticantes e não praticantes de esportes, bem como entre meninos e meninas.
MÉTODOS: Participaram 82 adolescentes entre 13 e 15 anos. Inicialmente, coletou-se informações para caracterização dos adolescentes e posteriormente aplicou-se o Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE) para avaliar a ansiedade, estado e traço. O teste t independente comparou a ansiedade entre os diferentes grupos (praticantes vs. não praticantes de esportes), adotou-se como diferenças valor de p<0,05.
RESULTADOS: No geral, adolescentes apresentam nível médio de ansiedade estado (43,9±9,9) e traço (46,6±10,3). Observou-se que os adolescentes praticantes de esporte apresentam menores níveis de ansiedade traço (praticante 44,4±10,8 vs. não praticantes 49,1±9,4, p=0,04). Dividido entre o sexo, as meninas apresentavam uma maior prevalência (75%, n=30) no nível médio de ansiedade traço e estado; e ainda maiores níveis de ansiedade traço (meninas 51,8±8.0 vs. meninos: 41,7±10,0, p<0,01) e estado (meninas 48,1±8.3 vs. meninos 40,0±9.8, p<0,01).
CONCLUSÃO: Adolescentes que não praticam esportes apresentam maiores níveis de ansiedade traço, adicionalmente as meninas apresentam níveis maiores de ansiedade, estado e traço, mesmo com a prática de esportes. Embora a prática do esporte possa ser menor em adolescentes incluídos em práticas esportivas, deve ser levado em consideração o sexo para um olhar mais cauteloso. Assim, sugere-se futuras pesquisas para verificar o impacto de diferentes esportes em ambos os sexos para auxiliar o manejo da saúde mental de adolescentes.
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