A exposição de crianças nas redes sociais: um estudo sobre o oversharenting e os limites do poder familiar
The exposure of children on social media: a study on oversharenting and the limits of parental authority
DOI:
https://doi.org/10.48075/csar.v31i51.36630Keywords:
Oversharenting, Poder familiar, Proteção integral, Privacidade digital, Responsabilidade civilAbstract
Ciências Sociais Aplicadas em Revista, v. 31, n. 51, p. 325-342, semestral, jul-dez., 2025.
This article aims to analyze the phenomenon of oversharenting, an English term used to describe the practice of excessively sharing information, images, and moments from the lives of children and adolescents by their parents or legal guardians on social media. Based on the constitutional premise that freedom of expression is not an absolute right, the study seeks to understand its limits considering human dignity, privacy, and the full protection granted to children and adolescents. The research is justified by the fact that it addresses an emerging topic that remains underexplored in Brazilian literature, whose relevance is heightened by the increasing digitalization of family relationships and the widespread use of social media platforms. The methodology adopted is qualitative in nature with an inductive approach, grounded in bibliographic and documentary research, including doctrinal works, scientific articles, legislation, and case law. Through an interdisciplinary analysis, the study investigates the psychological, social, and legal implications of the excessive digital exposure of minors, as well as the possibility of civil obligation for parents or guardians. The results indicate that oversharenting goes beyond parental behavior, constituting a legal and social issue that blurs the boundaries between the public and the private, thereby compromising the identity formation and emotional development of children and adolescents. The study concludes that addressing oversharenting requires a joint effort among the legal system, society, and digital platforms in order to establish ethical and legal parameters that ensure the full protection of children in virtual environments. In this regard, strengthening public policies on parental digital education and developing legal mechanisms for prevention and accountability prove necessary, reaffirming that the exercise of parenthood must be guided by respect, prudence, and responsibility.
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