DECOMPOSIÇÃO DA DESIGUALDADE SALARIAL ENTRE HOMENS E MULHERES DO SETOR DE SERVIÇOS NO BRASIL

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48075/igepec.v29i1.34003

Palavras-chave:

Decomposição Salarial, Discriminação, Mercado de Trabalho, Oaxaca-Blinder

Resumo

Embora as mulheres tenham alcançado muitos espaços no mercado de trabalho, a desigualdade salarial entre homens e mulheres ainda persiste. Assim, o objetivo desta pesquisa é estimar a decomposição da desigualdade salarial entre homens e mulheres para as atividades do setor de serviços no Brasil. Para isto, utilizou-se microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNADC) referente à população ocupada no terceiro trimestre do ano de 2023. O método utilizado para a análise dos dados consiste na decomposição salarial de Oaxaca-Blinder. A escolha do setor de serviços ocorreu por ser o maior setor da economia e o que mais emprega mão de obra feminina. Os principais resultados indicam que, a atividade com maior representação feminina foram os serviços domésticos e a que apresentou maior desigualdade salarial foi o setor de serviços financeiros, e uma parte deste hiato advém das diferenças de atributos produtivos entre os trabalhadores, que são favoráveis aos homens. No entanto, a parte não explicada, que pode ser atribuída à discriminação, foi maior do que a parte explicada. De modo geral, verificou-se a presença de desigualdade salarial e essa diferença não pode ser explicada pelas características produtivas, indo de acordo com a teoria da discriminação.

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Biografia do Autor

Letícia Cristina Detogni, Unioeste

Bacharela em economia pela Uniersidade Estadual do Oeste do Paraná, Unioeste.

Fernanda Mendes Bezerra, Unioeste

Doutora em economia pelo PIMES/UFPE. Professora associada da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Professora do Programa de Mestrado em Economia PGE (Unioeste)

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Publicado

08-05-2025

Como Citar

CRISTINA DETOGNI, L.; MENDES BEZERRA, F. DECOMPOSIÇÃO DA DESIGUALDADE SALARIAL ENTRE HOMENS E MULHERES DO SETOR DE SERVIÇOS NO BRASIL. Informe GEPEC, [S. l.], v. 29, n. 1, p. 33–55, 2025. DOI: 10.48075/igepec.v29i1.34003. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/gepec/article/view/34003. Acesso em: 9 maio. 2025.