BRÁS CUBAS: UM NARRADOR ENTRE O CAPRICHO E A ASTÚCIA
DOI:
https://doi.org/10.5935/rl&l.v9i17.2068Palavras-chave:
Interrupções e volubilidade, narrador-personagem, combate ao sentimentalismoResumo
A proposta deste trabalho é mostrar o caráter inovador de Machado de Assis através de sua maior inovação que foi Memórias Póstumas de Brás Cubas. É ressaltado aqui e comprovado através da análise desta obra que o autor não se prendeu a modelos pré-estabelecidos; sendo pelo contrário, um inovador em todas as escolas pelas quais transitou. É por isso que detectamos numa mesma obra a negação do Romantismo, a utilização de algumas características do Realismo e o uso de outras que não corresponde a esse período, mas ao estilo literário próprio do autor. Essas características chegam de forma caprichosa e astuta, como se mostra o narrador - defunto. É por isso que essa pesquisa expõe algumas das questões que cercam o narrador e sua posição no romance já citado. Por todoo trabalho, são analisados alguns pontos peculiares à obra machadiana, como as interrupções e volubilidade do narrador que, são características fortemente marcadas na obra para intensificar a negação de alguns dos principais pilares do Realismo, como a neutralidade, a imparcialidade e a objetividade. No decorrer do texto é observado o modo como o narradorpersonagem desconstroi, com sua ironia e seus “vaivens”, os ditames da onisciência e mistura com a subjetividade o tempo cronológico ao psicológico, de acordo com sua memória e imaginação criadora. Destacam-se nesse estudo, não só a posição do autor perante as características já mencionadas do Realismo, como o árduo combate ao sentimentalismo contido nas obras do Romantismo, assim como a compreensão e questionamento do autor acerca dos mecanismos que comandam as ações humanas através da sondagem psicológica; visto que Machado de Assis além de inovar no enredo, criar um narrador fora do padrão, retrata também os ditames sociais.
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Publicado
01-01-2000
Como Citar
DA SILVA, T. C. BRÁS CUBAS: UM NARRADOR ENTRE O CAPRICHO E A ASTÚCIA. Línguas & Letras, [S. l.], v. 9, n. 17, p. p. 117–132, 2000. DOI: 10.5935/rl&l.v9i17.2068. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/linguaseletras/article/view/2068. Acesso em: 4 nov. 2024.
Edição
Seção
Dossiê: Estudos Machadianos na Literatura Brasileira
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