RELEITURAS DA PICARESCA CLÁSSICA PELO NOVO ROMANCE HISTÓRICO: CONFLUÊNCIAS EM O CHALAÇA (1994), DE JOSÉ ROBERTO TORERO
DOI:
https://doi.org/10.5935/rl&l.v10i19.2420Palavras-chave:
D. Pedro I, carnavalização, novo romance histórico brasileiro, novela picaresca espanholaResumo
Por meio da composição do novo romance Galantes memórias e admiráveis aventuras do virtuoso conselheiro Gomes, o Chalaça (1994), de José Roberto Torero, apresenta-se a vida de Francisco Gomes da Silva que, enquanto narrador de sua própria história, expõe sua participação em grandes momentos da história do Brasil. Esta retomada do passado dá-se sob a visão de quem exercia o posto de secretário pessoal de D. Pedro I. Subordinado a este ponto de vista interno aos eventos históricos, a imagem deste que se tornaria Imperador do Brasil é configurada por meio da utilização dos recursos bakhtinianos da paródia e da carnavalização. A visão intradiegética é possível devido à proximidade entre Francisco Gomes e o príncipe. Tal empresa é romanescamente motivada pelo anseio de desconstruir as imagens cristalizadas e tradicionalmente conhecidas da realeza e de eventos como, por exemplo, a proclamação da independência (1822); é a releitura crítica da história que o novo romance histórico propõe, e que no romance de Torero se mescla às premissas da picaresca espanhola, sendo Francisco Gomes da Silva o exemplo de pícaro que anseia pela ascensão social e cuja vida e história sempre ficam a margem. O Chalaça é uma personagem que realmente existiu, mas que a história oficial não fez questão de lembrar, já que ele não conduzia o imperador às ditas ações edificantes, mas sim, à picardias e aventuras extra-conjugais. Assim, objetivamos analisar a construção discursiva de D. Pedro I sob um novo foco, que aponta para a Literatura como leitora privilegiada dos signos da história.
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