A palavra na vida e a palavra na crônica:
a experiência vivida tecida por fios dialógicos
DOI:
https://doi.org/10.5935/1981-4755.20250014Resumo
Neste artigo, apoiamo-nos no conceito de palavra como signo ideológico, considerando os diferentes sentidos que pode tomar, conforme as situações extraverbais em que são enunciadas - e a ideologia da palavra como indissociável do seu emprego concreto - para compreender a formação da autoria no espaço escolar. Para tanto, desenvolvemos um experimento didático-formativo de natureza dialógica, com alunos dos cursos Técnico em Florestas do IFRO Campus Ji-Paraná, durante o qual eles criaram crônicas para postagem na rede social Instagram e para a publicação em um livro impresso. Aqui fazemos um recorte para pôr em discussão o enunciado de uma aluna-autora, materializado na crônica Médico pra quê?, na qual ela dialoga com alguns discursos sociais que buscaram minimizar a Covid-19 no Brasil. A análise, sustentada pelos postulados da Filosofia da Linguagem, em especial, os de Bakhtin e de Volóchinov, nos permite dizer que foi na tecitura do enunciado, no cruzamento das vozes sociais com as quais a aluna dialogou, que ela esculpiu sua crônica. Para tanto, empregou recursos estilísticos e composicionais, não de modo ingênuo, mas a partir dos sentidos construídos, com vistas a construir sua contrapalavra, ou seja, a palavra própria a partir da palavra alheia. Nesse sentido, a aluna-autora elaborou um projeto de dizer tecido por fios dialógicos, reforçando a ideia de que a palavra como enunciado é sempre carregada de tons valorativos e comporta duas faces - a exemplo da crônica Médico pra quê? - determinada tanto por quem procede, como para quem é dirigida: o outro-leitor.
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